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Aliado ao governo Lula, MST reforça laços com ditaduras na Venezuela, Cuba e China

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MST vem estreitando laços com ditaduras como a China. Ao centro, Xi Jinping, nas pontas, o presidente Lula e o líder e fundador do MST, João Pedro Stédile, durante visita à China em abril de 2023.| Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nos últimos dois anos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem intensificado as agendas e reforçado os laços com ditaduras como Venezuela, Cuba e China. A mais recente parceria envolve o envio de militantes para produzir milho, feijão e soja na Venezuela. O MST será responsável por contribuir com um projeto do ditador Nicolas Maduro, que abrangerá mais de 10 mil hectares no estado de Bolívar.

A ligação entre o movimento e as ditaduras se dá por interesses ligados ao socialismo. As relações internacionais do MST podem ser observadas desde a sua criação, há 40 anos, como é o caso das colaborações com Cuba. Por meio das chamadas brigadas internacionalistas, por exemplo, o movimento também tem relações com a Palestina, a Venezuela, o Haiti e a Zambia. Nesses países, sob o pretexto de promover a reforma agrária e a agroecologia, o movimento fortalece a formação política de seus militantes, sempre ligada a movimentos “revolucionários” e de “resistência”.

O termo agroecologia usado pelo MST faz referência a uma alegada agricultura que tenta preservar ao máximo o meio ambiente, com foco na sustentabilidade de suas ações.

Cuba, China e Venezuela são os países com quem mais recente e frequentemente o MST tem se relacionado. O movimento leva estudantes para Havana, recebe implementos agrícolas de Pequim e disponibiliza apoio à “revolução bolivariana” de Nicolas Maduro. (Leia mais abaixo.) O líder e fundador do MST, João Paulo Stédile, esteve na Venezuela e na China nos dois últimos anos.

A proximidade entre grupos políticos e países que buscam o socialismo é observada pela ciência política. O coordenador de Relações Internacionais e professor de Ciência Política no Ibmec-BH, Adriano Gianturco, explica que o socialismo tem raízes no internacionalismo.

“O socialismo, por definição, nasceu com grandes ligações internacionais. Desde sempre, a ideia era essa. Os jovens socialistas se opunham, entre outras coisas, à direita e ao nacionalismo”, afirma Gianturco.

Para Anne Dias, advogada e diretora do Ladies of Liberty Alliance (Lola), organização que promove a liberdade em 40 países, as relações internacionais do MST – expressas por suas “brigadas internacionalistas” e alianças com países ditatoriais – demonstram um “alinhamento ideológico com regimes autoritários e economias fracassadas”.

“Esses países enfrentam crises profundas, tanto econômicas quanto sociais e de direitos humanos, o que questiona seriamente o modelo que o MST defende e promove. Sob o pretexto de lutar contra a exploração imperialista e intervenções estrangeiras, o movimento na verdade endossa regimes que sufocam liberdades individuais e mantêm suas populações na pobreza”, afirma Anne.

Relações do MST com ditaduras preocupam políticos e analistas 

“A ligação do MST com ditaduras como – as da Venezuela, China e Cuba – é extremamente preocupante. Essas nações, marcadas pela repressão e a falta de liberdades individuais, servem de inspiração para um movimento que, em vez de defender a reforma agrária justa e pacífica, opta por táticas de invasão de terras e confronto direto com o setor produtivo”, afirma o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS).

Anne Dias, diretora do Ladies of Liberty Alliance, reforça a preocupação e aponta que a relação com regimes autoritários contradiz as premissas que o movimento diz adotar. “Ao se aliar a regimes autoritários, como os de Venezuela, Cuba e China, o MST expõe sua preferência por governos centralizadores e repressivos que violam sistematicamente direitos humanos e cerceiam as liberdades individuais”, afirma Anne.

Além disso, ela aponta que, ao abraçar ideologias autoritárias, o MST perpetua a “estagnação e o controle estatal, em vez de buscar soluções que promovam a autonomia e o progresso dos agricultores”. “No final das contas, essa aproximação evidencia uma visão ultrapassada e destrutiva, que prioriza o poder político em detrimento do bem-estar e da liberdade das pessoas que o movimento afirma representar”, critica. (Gazeta do Povo)

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