A ex-secretária de Estado e ex-candidata democrata à presidência dos EUA Hillary Clinton afirmou nesta segunda-feira (16), um dia após o novo ataque contra Donald Trump, que o ex-presidente republicano representa “um perigo para o país e para o mundo”.
A declaração foi feita durante uma entrevista para a rede de televisão americana MSNBC. “[…] Não entendo por que é tão difícil para a imprensa ter uma narrativa consistente sobre o quão perigoso Trump é. Sabe, o falecido grande jornalista Harry Evans, uma vez disse que os jornalistas deveriam tentar atingir a objetividade, e com isso, ele disse, quero dizer que eles deveriam cobrir o objeto. […] Bem, o objeto neste caso é Donald Trump. Sua demagogia, seu perigo para nosso país e o mundo”, disse Clinton.
A ex-candidata democrata, que perdeu as eleições de 2016 para Trump, relacionou o ex-presidente ao Projeto 2025, um plano conservador de 922 páginas que delineia uma série de políticas que poderiam ser adotadas em uma eventual administração republicana.
Kamala Harris, a atual candidata democrata, também conectou Trump ao projeto, durante o debate presidencial da semana passada, apesar de ele rejeitar qualquer envolvimento com o documento.
Ainda nas declarações, Clinton disse que Trump tem o “desejo de ser um ditador”.
“[…] Acredito que mais americanos têm que estar dispostos a suportar o que francamente é desconfortável e até certo ponto doloroso, […] a ficarem indignados com o que ele [Trump] representa”, afirmou a entrevistada.
“Não podemos voltar atrás e dar a esse homem muito perigoso outra chance de fazer mal ao nosso país e ao mundo”, acrescentou Clinton.
Em outra entrevista, a ex-secretária de Estado condenou a nova tentativa de assassinato contra o antigo adversário, mas enfatizou que o ex-presidente deveria “acalmar as águas” e não usar o caso na campanha política.
Quando questionada sobre uma mensagem que o republicano publicou em sua rede social, a Truth Social, que responsabilizava a gestão Biden-Harris por incentivar o “ódio, abuso e desconfiança” contra ele, Clinton condenou seu oponente presidencial de 2016.
No domingo (15), o Serviço Secreto identificou um homem escondido junto à cerca do campo de golfe de Trump em West Palm Beach, na Flórida, quando o ex-presidente estava no local.
O homem foi identificado como Ryan Wesley Routh. Ele estava com um fuzil AK-47 e fugiu após agentes atirarem contra ele. Em seguida, foi preso e, nesta segunda-feira (16), indiciado com acusações federais relacionadas a armas de fogo.
O ex-presidente, que esteve a poucos metros de distância de Routh, culpou a gestão Biden- Harris pelas duas tentativas de assassinato contra ele nos últimos meses.
Em entrevista à Fox News, Trump afirmou que “ele [Ryan Wesley Routh] acreditou na retórica de Biden e Harris e agiu de acordo”.
“A retórica deles está fazendo com que atirem contra mim, quando sou eu quem vai salvar o país, e eles são os que estão destruindo o país — tanto por dentro quanto por fora”, acrescentou o candidato republicano.