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Em debate nos EUA, Trump chama Kamala de “marxista” e democrata defende o aborto

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Foto: reprodução

Na noite desta terça-feira (10), Kamala Harris e Donald Trump se enfrentaram em um dos debates mais aguardados da atual campanha presidencial dos EUA. O confronto, transmitido pela emissora ABC News, marcou o primeiro encontro cara a cara entre os principais candidatos à Casa Branca, em um momento em que as pesquisas indicam um empate técnico entre o republicano e a democrata.

Logo no início do debate, Kamala Harris atacou diretamente Donald Trump ao relacionar a ele o documento chamado “Projeto 2025″, um plano conservador de 922 páginas que delineia uma série de políticas que poderiam ser adotadas em uma eventual administração republicana. Trump negou envolvimento com o documento e se defendeu afirmando que “todos sabem que sou um livro aberto”.

O republicano adotou uma postura combativa, acusando Harris de ser uma “marxista”. Em suas declarações, Trump vinculou Kamala às ideias políticas de seu pai, Donald J. Harris, um economista aposentado que foi professor da Universidade de Stanford.

“Seria o fim do nosso país. Todos sabem que ela é marxista. Seu pai era um professor marxista de economia e a ensinou bem”, afirmou Trump, associando sua adversária a uma agenda socialista.

Kamala Harris, por sua vez, criticou duramente as políticas de Trump, com especial foco em questões sociais e o aborto. Ela classificou as posições do republicano sobre o aborto como “um insulto para as mulheres”, destacando o “impacto negativo” que, segundo ela, as medidas adotadas por Trump teriam nas vidas das americanas.

Kamala, fazendo uma forte defesa do aborto, disse que foi Trump quem indicou os juízes para a Suprema Corte que derrubaram a jurisprudência do caso Roe vs. Wade, de 1973, uma vitória pró-vida que devolveu aos estados o poder de decidir sobre o tema.

“Não é necessário abandonar sua fé para entender que o governo – e Donald Trump certamente -, não deveria dizer a uma mulher o que fazer com seu corpo”, declarou a candidata democrata.

Trump, por sua vez, reafirmou sua posição de que o aborto nos EUA deve ser decidido a nível estadual e acusou os democratas de serem radicais em suas políticas sobre o tema. Ele foi além e direcionou suas palavras diretamente ao candidato a vice-presidente de Kamala, Tim Walz, acusando-o de apoiar o aborto até os 9 meses, algo que o republicano descreveu como uma execução após o nascimento, uma acusação que Kamala prontamente repudiou.

Trump também defendeu seu apoio à proibição do aborto a partir das seis semanas, atualmente em debate na Flórida. No entanto, o republicano não respondeu se assinaria uma lei nacional que proibisse o aborto nos EUA, caso fosse aprovado pelo Congresso americano alguma legislação neste sentido.

Em outros momentos do debate, Trump não poupou críticas ao desempenho de Kamala no governo, afirmando que, se a democrata chegar à presidência, os Estados Unidos se tornariam “uma Venezuela com esteroides”.

“Ela está destruindo este país, e se chegar a ser presidente, este país não terá nenhuma chance de sucesso, acabará sendo uma Venezuela com esteroides”, disse o republicano.

O ex-presidente também atacou as políticas econômicas defendidas por Kamala Harris, dizendo que ela não tem um plano real para o país e que copiou as ideias do presidente Joe Biden.

“Ela não tem um plano. Copiou o plano de Biden, e é como quatro frases que dizem: ‘Oh, vamos tentar reduzir impostos’. Isso não é um plano”, ironizou Trump.

Kamala, por sua vez, destacou suas propostas para apoiar famílias e pequenas empresas, além de criticar Trump por propor cortes de impostos que, segundo ela, beneficiam apenas “milionários e grandes corporações”.

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