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Bolsonaro questiona investigação sobre facada e diz que pode ter sido espionado por hacker

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Foto: MARCOS VIDAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Na semana em que a tentativa de assassinato contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completa seis anos, o ex-mandatário levantou uma nova suspeita sobre a autoria do atentado. Nesta quarta-feira (4), Bolsonaro disse em uma entrevista à Rádio AuriVerde Brasil que a investigação sobre a facada que levou em 2018 pode ter deixado de lado uma suposta ação de espionagem feita por um hacker. Dados obtidos por ele podem ter abastecido o esfaqueador, Adélio Bispo, com informações sobre locais em que Bolsonaro e seu filho, Carlos Bolsonaro, fizeram campanha naquele ano.

Após anos de investigação, a Polícia Federal concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho. As informações citadas por Bolsonaro foram apresentadas anteriormente pelo alegado hacker à mesma rádio, mas sem provas materiais.

Bolsonaro afirmou que informações levantadas por esse hacker podem ter levado o executor do atentado, Adélio Bispo, a viajar a Santa Catarina, onde cometeria um atentado contra Carlos Bolsonaro para desestabilizar sua campanha. Esse atentado não aconteceu.

A Gazeta do Povo procurou a Polícia Federal para comentar a suspeita e aguarda retorno.

O atentado, disse Bolsonaro, ocorreria em um clube de tiro em São José, na Grande Florianópolis, no dia 5 de julho de 2018, e que ninguém sabia onde Carlos praticava tiro, apenas pessoas próximas – “o que a gente não desconfia de ninguém neste momento” – ou se a informação vazou pelo hacker.

“Se ele tivesse atingido o objetivo de assassinar o Carlos, talvez me tirasse da corrida presidencial. Naquele momento, em julho de 2018, eu já estava muito bem, vinha num crescente da campanha”, afirmou o ex-presidente na entrevista. Essa não é a primeira vez que Bolsonaro questiona a investigação policial que concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho.

Ainda de acordo com Bolsonaro, Carlos seria vítima deste atentado talvez por uma dificuldade de atingi-lo, por conta da proporção que a campanha daquele ano estava tomando. “Certamente nós fomos hackeados, já que ele (hacker) diz que investigava eu, meus filhos e o próprio Adélio, então alguém passou essa informação para o Adélio e ele foi pra lá”, emendou.

Bolsonaro afirmou que Adélio “estava desempregado” e “era um pobre coitado” que andava pelo Brasil. Assim, Bolsonaro levantou a suspeita de que alguém pode ter pagado para ele viajar a Santa Catarina e a Juiz de Fora, inclusive arcando com os custos dos locais em que se hospedou.

“No dia seguinte ao atentado, 7 de setembro, […] quatro advogados aparecem em Juiz de Fora, um com um avião particular que estava preocupado com a vida do Adélio. Eu nunca vi alguém fazer isso”, disse ressaltando que este advogado foi alvo, depois, de mandados de busca e apreensão de um carro de luxo, um avião e dinheiro em espécie.

Bolsonaro citou uma entrevista do alegado hacker à Rádio AuriVerde Brasil afirmando que teria recebido pagamentos de um “político conhecido” de São Paulo. O nome do político não foi mencionado.

Ou seja, a suspeita levantada na entrevista é que alguém teria contratado o hacker para espionar tanto Bolsonaro quando Adélio Bispo- hipótese que apontaria para a existência de um mandante do crime, que teria investigado Bolsonaro e também cooptado Adélio Bispo.

“Tudo isso corrobora que, realmente, tem um fundo de verdade pra ser investigado nessa linha dele, de um político de São Paulo que seria o mandante”, pontuou o ex-presidente.

O ex-presidente questionou a isenção da Polícia Federal na investigação do caso e afirmou que o secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite, abriu uma apuração sobre o caso. A Gazeta do Povo também procurou a secretaria para comentar a afirmação de Bolsonaro e aguarda retorno.

A Polícia Federal afirma que o esfaqueador agiu sozinho. Também não há evidência concreta que as alegações do hacker sejam verdadeiras, pois nenhuma prova material foi apresentada. O hacker havia alegado à rádio anteriormente que não levou as informações às autoridades por medo de represália. (Gazeta do Povo)

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