A proibição de um voo do Panamá que levaria para a Venezuela ex-mandatários latino-americanos que seriam observadores eleitorais e a deportação de outras autoridades aumentaram a tensão antes das eleições deste domingo, 28, nas quais o ditador Nicolás Maduro tenta se manter no poder.
Maduro, de 61 anos e no poder desde 2013, tem como principal rival o diplomata Edmundo González Urrutia, de 74, indicado pela aliança opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) devido à inabilitação política de sua candidata original, María Corina Machado, e outros dirigentes.
O presidente panamenho, José Raúl Mulino, denunciou na sexta-feira, 26, que autoridades venezuelanas impediram a decolagem do aeroporto de Tocumen de um voo da Copa Airlines que tinha entre seus passageiros os ex-governantes.
O grupo era composto pelos ex-presidentes Mireya Moscoso (Panamá), Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica), Jorge Quiroga (Bolívia) e Vicente Fox (México), todos membros da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Grupo Idea) e críticos do governo de Maduro.
“O avião estava cheio, completamente cheio de venezuelanos que viajavam para votar”, relatou Moscoso durante uma entrevista coletiva. “Vimos lágrimas, pessoas chorando nos pedindo: ‘Por favor, fiquem, não vão embora!’.” O ex-presidente mexicano Fox considerou o acontecimento um “mau sinal para domingo”.
Entrada negada
O governo chileno, por sua vez, enviou na noite de sexta-feira, 26, uma nota de protesto à Venezuela por negar a entrada no país dos senadores conservadores José Manuel Rojo Edwards e Felipe Kast, que viajaram para atuar como observadores e foram enviados de volta ao Chile.
“Isso demonstra que todas as palavras de alguns que dizem que isto é uma democracia são simplesmente uma grande mentira”, afirmou Kast.
Além disso, dez congressistas e eurodeputados do Partido Popular (PP) espanhol, assim como uma parlamentar da Colômbia e outra do Equador, denunciaram sua deportação ao chegarem no aeroporto de Maiquetía, que serve a Caracas.