O Laboratório Central de Pernambuco (Lacen/PE) confirmou mais 59 casos da febre do oropouche em apenas sete dias, segundo apurou o JC com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
Com a nova rodada de exames positivos, Pernambuco passa a registrar 72 casos da febre oropouche.
Até o momento, o vírus oropouche isolado foi identificado em pacientes de 13 municípios pernambucanos: Jaqueira, Pombos, Palmares, Água Preta, Moreno, Xexéu, Maraial, Cabo de Santo Agostinho, Rio Formoso, Timbaúba, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Catende e Camaragibe.
Na última semana, o Ministério da Saúde alertou sobre evidências de que a febre oropouche, doença transmitida por mosquitos, pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação. É o que descobriram pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde (MS).
Com esse achado, a pasta emitiu, no sábado (12), uma nota técnica recomendando que Estados e municípios redobrem a vigilância sobre a possibilidade desse tipo de transmissão, chamada de vertical.
O alerta foi feito depois que o IEC identificou a presença de anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia, além de material genético do vírus oropouche em um feto natimorto, com 30 semanas de gestação, conforme anunciou o JC na última quarta-feira (10).
A mãe, de 28 anos, é moradora do município de Rio Formoso, localizado na Zona da Mata Sul de Pernambuco, e apresentou sintomas sugestivos da febre oropouche, além de ter tido contato próximo com casos da doença laboratorialmente confirmados. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) confirmou, ao JC, o óbito do feto e informou que o quadro físico de saúde da mãe evoluiu bem.
“O vírus oropouche também foi encontrado no tecido da placenta da mulher. Contudo, isso não é o suficiente para garantir a confirmação de que a perda gestacional ocorreu por causa do oropouche. Mas essa ocorrência nos preocupa. É um relato inédito na literatura científica”, diz o diretor-geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco, Eduardo Bezerra. A análise da placenta foi feita pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, que é referência nacional no estudo de arboviroses.
Não há também documentação sobre abortamento decorrente da infecção por oropouche na ciência médica. (JC Online)