Em entrevista à Rádio CBN Caruaru, na manhã desta quinta-feira (23), o deputado estadual Gilmar Júnior (PV), enfermeiro e especialista em saúde pública, analisou, de forma ampla, o sistema de saúde na rede pública de Pernambuco. Ao falar sobre a epidemia de síndrome respiratória aguda em bebês e crianças e a atual situação de estado de emergência, o parlamentar afirmou que o resultado que estamos vivenciando é proposital: “Quando o governo não se planeja, assume o risco, logo, o resultado é intencional, proposital! Além de não ter se planejado para essa situação sazonal, diminuiu o investimento na saúde. O governo alega que a redução se deu na esfera ambulatorial, mas não dá para reduzir recurso da saúde em esfera nenhuma. Como se não bastasse, não houve o remanejamento do recurso para áreas de alta complexidade, como é o caso de UTIs”.
Gilmar Júnior ainda afirmou que, em breve, deve haver a conversão de dez leitos de UTIs para adultos em unidades pediátricas, no Hospital Barão de Lucena, mas disse, também, que é muito pouco para a atual demanda, que está, em média, com uma fila de espera de 100 pacientes por dia, entre crianças e bebês, e que já contabiliza uma dezena de mortes. Para o parlamentar parece haver desinformação da atual gestão, além de falta de competência. Gilmar lembrou que a legislação do SUS autoriza que o Estado contrate o serviço privado para atender a demanda de forma complementar, em situações como a atual.
Quando perguntando sobre o trabalho da Comissão de Saúde da Alepe, da qual o deputado é membro titular, ele afirmou que, infelizmente, considera a relação com o governo estadual muito deficitária e que a Comissão tem feito fiscalizações em vários hospitais e encontrado situações desumanas. Gilmar alertou para a necessidade de ação urgente da governadora Rachel Lyra: “A gente vem acumulando problemas na saúde há muitos anos e esses problemas estavam sendo segurados por represas, como os Hospitais Pelópidas, Miguel Arraes e Dom Hélder. Com a queda de investimento, essa ‘estrutura’ começa a rachar, assim como ocorreu em Brumadinho. Estamos com a represa da saúde prestes a romper e esses problemas podem se tornar insustentáveis. A governadora precisa agir!”.