Familiares de mulheres vítimas de feminicídio em Pernambuco vão contar com uma ferramenta para acompanhar e cobrar mais agilidade dos processos judiciais contra os acusados pelos crimes. O site, chamado “Sinal Vermelho”, será lançado nesta quinta-feira (2), na sede do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
De acordo com estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS), 315 mulheres foram vítimas de feminicídio no Estado somente entre os anos de 2020 e 2023. Desse total, 26 casos foram registrados no Recife. Na vice-liderança aparece o município do Jaboatão dos Guararapes, com 19 registros. Em seguida, Olinda, com 16.
Apesar de a Polícia Civil conseguir, ano a ano, solucionar praticamente todos os casos de feminicídio, ainda se observa que muitos dos processos levam meses e até anos para serem julgados pela Justiça. E os parentes das vítimas reclamam da falta de informações sobre o andamento dos casos, sofrendo ainda mais por causa do sentimento de impunidade.
Foi por isso que o Instituto Banco Vermelho (IBV), entidade brasileira com atuações voltadas para o feminicídio zero, teve a iniciativa de desenvolver essa ferramenta, que nasce graças a uma parceria entre a academia de desenvolvedores V3l0x, composta pelo time de alunos e professores de Engenharia de Computação da Uninassau-PE.
“A nossa inquietação pela lentidão no andamento dos casos de feminicídio reflete a angústia das famílias que até hoje choram o assassinato cruel das suas filhas, mães, irmãs, amigas. Somos procurados diariamente por esses parentes, que suplicam ajuda e justiça. Então, em conversas com o TJPE sobre possibilidades para uma melhor forma de dar visibilidade a estes processos, idealizamos o ‘Sinal Vermelho’, uma ferramenta simples e extremamente eficiente, que esperamos que seja usada em todos os tribunais do País”, declarou Andrea Rodrigues, presidente do Instituto Banco Vermelho.
Na prática, além de auxiliar os familiares das vítimas, o “Sinal Vermelho” vai desenvolver um banco de dados inédito com os casos de feminicídio em Pernambuco, trazendo mais transparência em relação à violência contra a mulher.