Ele admite que o país “está quebrado” e o governo não tem capacidade de investimento, porque a arrecadação de impostos caiu.
Merval Pereira – O Globo / Foto: reprodução
Na conversa informal com seus seguidores, Lula faz um diagnóstico da crise que não deixa nada bem a ex-presidente Dilma Rousseff. Ele admite que o país “está quebrado” e o governo não tem capacidade de investimento, porque a arrecadação de impostos caiu. Diz, então, que a primeira solução seria aumentar os impostos, mas admite que isso não é possível.
Sugere fazer o que o presidente Michel Temer está fazendo: acabar com as desonerações que o governo Dilma concedeu a diversos setores que, segundo Lula, tiraram dos cofres da União R$ 500 bilhões. Não é um elogio à política econômica de Dilma, evidentemente.
Mas o ex-presidente vai mais adiante. Diz que outra solução seria “fazer uma dívida” de, sugere, R$ 300 bilhões, e aplicar tudo em obras de infraestrutura. Outra solução, diz ele, seria pegar uns US$ 100 bilhões de nossas reservas cambiais e investir em obras aqui no país. Muitos vão dizer que é inflacionário, adverte Lula, e logo rebate: “é inflacionário, mas eu prefiro inflação com emprego”.
Na mensagem de fim de ano, Lula volta a falar do desemprego,pede que o povo vá às ruas “para defenderseus empregos”, e diz que está na hora de voltar a sonhar,como se nem ele, nem os 13 anos de governo petista, tivessem a ver com os 12 milhões de desempregados.
Lula, na gravação, defende a ampliação do crédito e dá um exemplo do que considera ser a saída para a crise: “Está devendo? Pega um novo empréstimo”. E garante que sabe do que está falando, pois diz que fez isso por 12 anos, com aumentos de salários, incluindo como seus os quatro anos da ex-presidente Dilma. E o país quebrou, como ele mesmo admite.