Integrantes do centrão e da oposição defendem que o Congresso Nacional dê uma resposta ao STF (Supremo Tribunal Federal) na volta dos trabalhos do Legislativo, em fevereiro, em decorrência da autorização de busca e apreensão no gabinete do líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ).
O objetivo é votar projetos que afetam diretamente o Judiciário, acusado por esses parlamentares de extrapolar suas prerrogativas.
Cerca de 20 deputados federais e senadores da oposição se reuniram nesta quarta-feira (24) no Congresso para tratar do assunto, incluindo Jordy e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).
Apesar de não estar presente nesse encontro, o centrão, que é chefiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), corrobora, nos bastidores, essas críticas.
Ficou definido na reunião desta quarta que uma das respostas será manter Jordy na liderança da oposição, suspendendo por ora a migração do cargo, que seria ocupado neste ano por Filipe Barros (PL-PR).
Jordy e deputados bolsonaristas têm afirmado que a Polícia Federal se baseou em uma prova falsa para pedir a ação, que teve parecer favorável da Procuradoria-Geral da República e foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Congressistas afirmam também que o termo “meu líder”, usado por um investigado para se comunicar com Jordy, é uma expressão comum no mundo político de Brasília, não podendo ser interpretada de forma literal.
“Vamos definir em conjunto uma pauta institucional no sentido de preservar e fortalecer as prerrogativas do Parlamento brasileiro. Há uma evidente hipertrofia de um poder sobre o Legislativo”, disse Rogério Marinho, acrescentando que a ideia é priorizar projetos que unam situação e oposição.
O senador criticou especificamente ações iniciadas pelo STF com o intuito de investigar práticas antidemocráticas, o que, segundo ele, tem se tornado uma rotina, e não uma exceção.
A fala de Marinho à imprensa foi acompanhada, entre outros, pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os projetos de interesse dos parlamentares está a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que limita decisões individuais de ministros do STF, aprovada no Senado em novembro após ofensiva do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).