Os pequenos negócios no Brasil estão apostando na transformação digital. O movimento tem se consolidado ao longo dos útimos três anos, com as micros e pequenas empresas fazendo uso da informatização e das novas ferramentas digitais. Neste cenário, as redes sociais tomaram a dianteira, sendo usadas para abrigar perfis empresariais e para alavancar as vendas de produtos e serviços.
Dados da pesquisa “Transformação Digital nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae, revelam que sete em cada dez empreendedores brasileiros têm perfis empresariais nas redes sociais. Em Pernambuco, o Instagram (71,2%) e o Facebook (36,2%) são as plataformas mais populares. O levantamento do Sebrae mostra que para quase metade dos pequenos negócios do Estado (42,6%), esses canais respondem por mais de 40% das negociações fechadas.
VENDAS PELAS REDES SOCIAIS
No caso das vendas, o estudo aponta que 70% das MPEs brasileiras usam ferramentas digitais para a realização de vendas. Os pequenos negócios em Pernambuco têm a maior média do Brasil na utilização do WhatsApp como canal de vendas, com 67,3% de participação. Em seguida, aparecem o Instagram (52,8%) e o Facebook (21,1%).
No caso de outros serviços disponibilizados por meio desses canais, os mais recorrentes são a apresentação do catálogo de produtos e serviços (61,8%), o “fale conosco” para contato direto com a empresa (49,4%) e a apresentação dos preços dos produtos e serviços (41,8%).
INTERAÇÃO COM O CLIENTE
Na opinião do analista do Sebrae/PE Arthur Tavares, a pesquisa reforça o papel significativo que as redes sociais desempenham no atual cenário de empreendedorismo. “Elas oferecem maior alcance de público, permitem a divulgação de produtos e serviços de forma mais facilitada e ainda possibilitam que o empreendedor interaja de forma mais rápida com o público-alvo. Através delas, os empreendedores conseguem obter feedbacks praticamente imediatos sobre os produtos ou serviços que disponibilizam por meio das redes sociais”, comenta.
Para aqueles empreendedores que ainda não estão nas redes sociais, o analista faz um alerta: a ausência pode ser interpretada como falta de transparência ou de credibilidade. “Hoje em dia, as pessoas esperam que as empresas estejam nas redes sociais. Se seu negócio não está, você perde conexão com o cliente e deixa de construir uma presença positiva em relação à sua marca. As redes são ferramentas estratégicas e valiosas, principalmente para o crescimento dos pequenos negócios”, destaca.
PERFIL DO EMPREENDEDOR
A pesquisa do Sebrae, que conta com 300 páginas, traz um diagnóstico dos pequenos negócios na era digital, com informações sobre todos os Estados do País. Além de revelar o processo de transformação digital, o estudo mostra o perfil do micro e pequeno empreendedor.
O trabalho apresenta uma divisão quase equilibrada quando o assunte é gênero, com 57% dos entrevistados sendo homens e 43% mulheres. Em relação à raça e cor, há uma distribuição diversificada, com uma ligeira predominância de brancos (45%) e pretos/pardos (48%). A faixa etária dominante está entre 35 a 54 anos, representando 49% dos entrevistados.
Quando se trata de educação, há uma divisão equilibrada entre aqueles com ensino médio e superior, ambos representando 39%. Isso indica um nível crescente de educação entre os empreendedores, o que pode influenciar a adoção e o uso de tecnologias. (JC Online)