O deputado federal Pedro Campos, do PSB, saiu em defesa do padre Júlio Lancellotti, de São Paulo, com atuação reconhecida em todo o Brasil por ajudar os mais pobres, na cidade mais rica do Brasil.
“Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista.” No tempo da ditadura militar, Dom Hélder Câmara imortalizou essa frase. Hoje, em plena democracia, o Padre Júlio não é “chamado de santo” nem por “dar comida”, afirmou o parlamentar, irmão do prefeito do Recife João Campos.
A Arquidiocese de São Paulo disse que acompanha com perplexidade a possível abertura de uma CPI na capital, que teria como um dos alvos o padre Júlio Lancellotti.
O requerimento para a abertura da CPI foi protocolado pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e já tem apoio suficiente para ser aprovado. A comissão deve ser instalada em fevereiro. No Recife, Nunes é conhecido por atacar com regularidade pelas redes sociais o prefeito João Campos e sua companheira Tábata Amaral, deputada federal por São Paulo.
O vereador disse que, inicialmente, serão investigadas duas organizações: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto e a Craco Resiste. Ele também citou a atuação do padre Júlio Lancellotti, conhecido por trabalhar junto à população em situação de rua na capital paulista.
Pelas redes sociais, o padre reconheceu a abertura de comissões parlamentares de inquérito como legítimas, mas afirmou que não pertence a nenhuma organização da sociedade civil ou ONG que utilize de convênio com o poder público municipal.
O coletivo Craco Resiste afirmou não ser uma ONG, mas um “projeto de militância para resistir contra a opressão junto com as pessoas desprotegidas socialmente da região da Cracolândia”.
“Enxergamos esse tipo de ataque também como uma maneira de tirar o foco da discussão, mantendo aberto o ralo de dinheiro que passa ainda pela violência policial e a suposta repressão ao tráfico”, diz outro trecho do comunicado à imprensa.
O pedido foi protocolado no dia 6 de dezembro do ano passado. A expectativa do parlamentar é que a comissão seja instalada em fevereiro, no início do ano legislativo.