O grupo Prerrogativas, formado por advogados e juristas progressistas, retirou o nome de Benedito Antônio Dias da Silva do quadro de integrantes da entidade após o advogado afirmar que o Partido dos Trabalhadores (PT) é presidido “de fato” pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), namorado da presidente da sigla, Gleisi Hoffmann (PT-PR), o que foi considerado como machismo.
A declaração foi feita por Silva em um grupo de WhatsApp que pertence ao Prerrogativas, o que provocou um processo para exclusão do advogado. Segundo o coordenador do grupo, Marco Aurélio Carvalho, Silva teve amplo direito de defesa mas não concorda com a posição do grupo, o que motivou a saída em comum acordo.
“Talvez ele não tenha se dado conta da gravidade. Houve algumas outras manifestações que foram consideradas pelas mulheres do grupo como ‘fora do tom’. Conversamos com ele, ninguém é dono da verdade e estamos sempre procurando aperfeiçoar. Vivemos em uma sociedade machista e misógina com uma série de mazelas”, afirmou Carvalho em entrevista à Gazeta do Povo.
A reportagem não conseguiu contato no escritório com o advogado acusado e a informação repassada pelo Prerrogativas é que Silva prefere não se manifestar sobre o caso.
Na avaliação do coordenador do grupo, o machismo é “um problema que todos os grupos da sociedade têm” e que a “diferença se dá na forma como se trabalha isso”. Depois das declarações, Silva teria ficado em uma situação delicada para a permanência no grupo, que tem posições alinhadas ao governo Lula.
Em dezembro, a festa de comemoração de 10 anos do Prerrogativas, em São Paulo, teve a presença de ministros, representantes petistas, do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) e do pré-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL-SP).
“Ele [Silva] acabou ficando com um ambiente pouco propício para permanecer no grupo e não compreendeu o equívoco que cometeu”, afirmou o coordenador do Prerrogativas, que defendeu a biografia da petista Gleisi Hoffmann e espera o fortalecimento das “crenças” do grupo e aprendizado com o episódio de machismo.
“Foi injusto com a história de uma deputada extremamente combativa, que fez muito pelo país e precisa ser reconhecida e aplaudida por isso. Ela tem nosso carinho, respeito e nossa solidariedade”, completou Carvalho. (Fonte: Gazeta do Povo)