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Lula prega união em mensagem de Natal, mas usa divisão como estratégia política

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Foto: reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em mensagem de Natal transmitida em cadeia nacional de rádio e televisão neste domingo (24), pediu união ao Brasil frente à polarização. Contudo, ele mesmo, ao longo do ano, apostou na divisão como estratégia política, constantemente criticando seus adversários, em especial o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lembrando a invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, Lula disse que o ódio contra a democracia “deixou cicatrizes profundas e dividiu o país”, mas que a “tentativa de golpe”, segundo ele, resultou na união das instituições do país, acima de ideologias.

“Ao final daquele triste 8 de janeiro, a democracia saiu vitoriosa e fortalecida. Fomos capazes de restaurar as vidraças em tempo recorde, mas falta restaurar a paz e a união entre amigos e familiares”, disse, para então emendar que é necessário diálogo entre as pessoas, combate às fake news e ao discurso de ódio. “Somos um mesmo povo e um só país… Que no ano que vem sigamos unidos, caminhando juntos rumo à construção de um país cada vez mais desenvolvido, mais fraterno e mais justo para todas as famílias”, encerrou.

Apesar da mensagem conciliatória de Natal, o presidente optou por outro caminho ao longo de 2023, quando fez duras críticas a adversários políticos e estimulou a polarização. Já chamou seguidores de Bolsonaro de “extremistas”, “animais selvagens”, “incivilizados” e “malucos soltos nas ruas”. Em nome de um “combate ao ódio” na sociedade, Lula vem incitando os simpatizantes contra uma parte expressiva do eleitorado e se distanciando da promessa de encerrar a polarização ideológica, em favor da pacificação.

Um exemplo recente disso foi o discurso que fez em uma convenção do Partido dos Trabalhadores (PT) no começo do mês. Ele disse as correligionários na ocasião: “Nós sabemos que (vocês) não podem aceitar provocações, não podem ficar com medo, não podem enfiar o rabo no meio das pernas. Quando um cachorro late para a gente, a gente late também”.

Outra frase polêmica de Lula nesse ano foi dirigida ao senador paranaense Sergio Moro (União), ex-juiz da Lava Jato. Em entrevista ao site petista Brasil 247, o presidente falou sobre um desejo de vingança contra Moro. “De vez em quando ia um procurador de sábado ou de semana pra visitar se estava tudo bem, entrava três ou quatro, e perguntava ‘tudo bem?’, e eu falava ‘não tá tudo bem, só vai tá bem quando eu f… esse Moro. Estou aqui pra me vingar dessa gente’”.

Não apenas Bolsonaro, a quem Lula chama de “fascista” e “genocida”, e Moro foram alvos do presidente neste ano, mas também segmentos que fortaleceram seu adversário político nas eleições passadas. Ele, por exemplo, disse que parte dos agricultores do país é “fascista” e “negacionista”.

“Tem a famosa feira da agricultura em Ribeirão Preto, que alguns fascistas, alguns negacionistas, não quiseram que ele [ministro da Agricultura, Carlos Fávaro] fosse na feira. Desconvidaram meu ministro”, falou Lula – embora Fávaro tenha, sim, sido convidado para a feira.

Na mensagem de Natal, Lula deixou de lado o discurso agressivo. Ao falar sobre investimentos públicos, disse que seu governo fez “parceria com estados e municípios, sem perguntar qual o partido do governador ou do prefeito”. (Gazeta do Povo)

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