A governadora Raquel Lyra, anunciou durante a 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) o investimento de R$ 60 milhões a serem aplicados na preservação da caatinga. Desse montante, R$ 30 milhões são de recursos próprios do governo do Estado e os outros R$ 30 milhões foram assinados, na manhã desta sexta-feira (1°), junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em Dubai, nos Emirados Árabes, onde ocorre a Conferência. Pernambuco é o primeiro Estado do Nordeste a aderir ao Programa Floresta Viva com foco em regenerar o bioma.
“Estamos garantindo R$ 60 milhões para regenerar a caatinga por meio do Programa ‘Floresta Viva’ do BNDES, que está sendo assinado pela primeira vez no Nordeste com foco neste bioma. Não só para a gente garantir a preservação das espécies nativas, mas também trabalharmos esse bioma, que é único e exclusivo do Brasil. Iremos investir em pesquisa, preservação das espécies nativas, considerando, claro, os aspectos sociais, culturais e econômicos. Agradeço ao BNDES e ao presidente Aloizio Mercadante pela parceria“, destacou Raquel Lyra.
Pernambuco é o primeiro estado do Brasil a assinar o Floresta Viva na caatinga e o primeiro do Nordeste a se comprometer com a recuperação deste bioma, que tem hoje 50% de sua cobertura vegetal em estado de degradação. Os R$ 30 milhões de aporte do Governo do Estado são recursos oriundos de compensação ambiental da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).
“A caatinga é um bioma que por muito tempo foi confundido com pobreza e escassez. E estamos firmando essa parceria com o BNDES, por meio do Floresta Viva, sendo o primeiro Estado a ter como foco o recaatingamento, restaurando as espécies nativas“, afirmou a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas-PE), Ana Luiza Ferreira.
Desertificação
O investimento tem como objetivo frear a degradação do solo e os efeitos das mudanças climáticas que intensificam a desertificação em grande parte de suas áreas. Além disso, será realizada a preservação da biodiversidade para garantir a sustentabilidade das comunidades tradicionais que dependem diretamente da caatinga para sua subsistência.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, explicou que a preservação da Caatinga tem um papel decisivo na proteção das espécies resilientes. “Quero parabenizar esse olhar atento ao futuro do Governo de Pernambuco. Nós estamos vivendo uma crise climática grave, os extremos climáticos estão se acentuando. E nesse processo de aquecimento global, a Caatinga pode ser o caminho do futuro. Por ser um bioma agredido pela seca, pode servir para proteger as espécies resilientes que podem regenerar outras regiões. Então a visão de Pernambuco é ir mais fundo em pesquisas nesse caminho para regenerar, fortalecer e enfrentar a diversidade de um bioma que pode ser fundamental para o futuro da humanidade“, destacou.
Em Pernambuco, a Caatinga é predominante nas regiões do Agreste e Sertão. Pernambuco possui 135 municípios nas áreas suscetíveis à desertificação (ASD), onde vivem mais de 2,5 milhões de habitantes.