Após o escândalo da “dama do tráfico” atingir em cheio Flávio Dino, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, parece haver percebido que o ministro da Justiça estava fragilizado e criticou fortemente a segurança pública, área sob responsabilidade do político do PSB. Ela denunciou o crescimento de 14,9% nos estupros em 2023, já no governo Lula. No Congresso, o ataque foi visto como “fogo amigo” e um recado claro: o PT quer cadeira de Dino por fracassar no combate à criminalidade.
A crise na segurança pública em diversos estados, sobretudo na Bahia, provoca pedidos para que essa área seja entregue a outra pessoa.
Flávio Dino, que é do PSB, chegou a ser considerado o favorito para a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal, mas o PT o vetou.
Sinalizando que ele estava fora, sua indicação ao STF foi reduzida pelo próprio presidente Lula, durante café da manhã com jornalistas aliados.
Eleita prefeita de São Paulo, Luiza Erundina foi a Jânio Quadros, ainda no cargo. Ele quis saber o que ela trazia na bolsa. “Documentos”, respondeu. “Creio que a senhora deveria trazer muitos carros e cargos”. Erundina estranhou: “Me desculpe, não estou entendendo”. Jânio explicou: “Carros para a CMTC, que o povo está faminto por transporte, e cargos para os vereadores, que estão famélicos para dar emprego a seus apaniguados…”
Uma constatação impressionante, no caso da “dama do tráfico”, é sua certeza de que nada lhe aconteceria, apesar de ser o que é e o que representa, ao frequentar o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Os deputados Guilherme Boulos (Psol-SP), André Janones (Pode-MG) e Daiana Santos (PCdoB-RS), que posaram com a “dama do tráfico”, precisam dizer porque pareciam, nas fotos, felizes como pintos no lixo. (Claudio Humberto – Diário do Poder)