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Com gasto em alta e receita em queda, rombo nas contas federais já passa de R$ 100 bilhões

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Foto: reprodução

O governo central registrou déficit primário de R$ 26,4 bilhões em agosto, resultado pior que o esperado pelo mercado. A mediana das projeções era de saldo negativo de R$ 25,1 bilhões.

Com isso, o rombo no acumulado do ano superou a marca de R$ 100 bihões, segundo relatório publicado nesta quinta-feira (28) pelo Tesouro Nacional. Os números se referem aos resultados primários – ou seja, não incluem as despesas com o pagamento da dívida pública – na soma de Tesouro, Banco Central e Previdência.

Isoladamente, o número de agosto foi melhor que o apurado no mesmo mês do ano passado, quando houve déficit de R$ 50,4 bilhões. Porém, há muito de “efeito calendário” nessa aparente melhora.

O mês de agosto de 2022 concentrou pagamento de precatórios (que em 2023 foram pagos em abril e maio) e financiamento eleitoral, e ainda um encontro de contas relativo ao aeroporto do Campo de Marte (SP). São despesas que não se repetiram em agosto deste ano.

Na soma dos resultados de janeiro a agosto, porém, a situação das contas públicas piorou. Em 2023, o governo acumula déficit de R$ 104,6 bilhões, ante um superávit de R$ 22,9 bilhões no mesmo período do ano passado.

Na comparação entre os dois períodos, a receita líquida (que exclui transferências a estados e municípios) caiu R$ 71,9 bilhões, ou 5,5%. Enquanto isso, a despesa aumentou R$ 58 bilhões, ou 4,5%.

O tombo nas receitas está relacionado à menor arrecadação com as chamadas receitas não administradas, como concessões e permissões, dividendos e participações e exploração de recursos naturais. Mas as receitas administradas (principalmente impostos) também diminuíram.

De outro lado, houve aumentos expressivos nas despesas com Bolsa Família, saúde e benefícios previdenciários. Os gastos com o INSS foram afetados pelo crescimento no número de beneficiários e também pelo aumento real do salário mínimo, que é piso de aposentadorias e pensões.

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