Por Claúdio Humberto / Diário do Poder
Foi o senador Sérgio Moro (União- PR) quem ‘levantou a bola’ da ausência de credibilidade da testemunha ouvida pela CPMI do 08 de janeiro, Walter Delgatti. Moro repercutiu um dado que pode ser conferido em consulta pública: o hacker acumula 46 processos por estelionato, envolvendo tramitações na Justiça de São Paulo, no Tribunal Regional Federal 01 (TRF-01) e outras cortes. De acordo com a inquirição de Sérgio Moro, um único processo identificou 44 vítimas do estelionatário.
O Ministério Público fez denúncia que revela o modus operandi de Delgatti, através da formação de uma quadrilha, que segundo o relatório da Procuradoria Geral da República se constituiu de maneira “organizada, estável, em união de desígnios”.
A investigação tocada pela Polícia Federal diz que Delgatti agia em diversas frentes de crimes cibernéticos: fraudes bancárias e furtos mediante fraude, invasão de dispositivos informáticos alheios, mediante violação indevida de sistemas de segurança e monitoramento, em tempo real, de comunicações telemáticas (dados) sem autorização.
De acordo com o relatório, Delgatti tinha até um ‘testa de ferro’, que emprestava o nome para a movimentação das transições criminosas praticadas pela quadrilha.
“Por sua vez, DANILO CRISTIANO MARQUES atuava como testa de ferro de WALTER, auxiliando na obtenção de meios materiais pra o cometimento de crimes virtuais bem como auxiliando WALTER a permanecer oculto, cedendo seu nome para aluguel de apartamento, contratação de serviços como água, luz e internet, o que auxiliava a manutenção da liberdade de WALTER”, diz a denúncia.
O caráter sórdido da atuação pode ser conferido na frieza com que Delgatti enganava clientes de bancos diversos, como demonstrado no corpo da denúncia. Uma conversa foi transcrita a partir de gravação entre o hacker e uma mulher identificada como Fernanda. Delgatti se passou por homônimo da vítima, influenciando a cumprir procedimento que o daria acesso à conta bancária da empresa da qual é dona. Confira:
Mesmo relutantes, as vítimas eram convencidas por Delgatti de que não se tratava de um golpe.