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Juíza do Caso Beatriz pede informação sobre suspeita de propina a perito para fraudar laudo

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Foto: arquivo familiar

A juíza responsável pelo processo do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, solicitou informações à chefia da Polícia Civil (PC) sobre a suspeita de que um perito criminal teria recebido propina para falsificar um laudo e favorecer o colégio particular onde ocorreu o crime, em Petrolina no Sertão de Pernambuco.

O pedido de informações feito pela magistrada Elane Brandão Ribeiro levou em consideração um relatório da Polícia Federal (PF) sobre a Operação Metástase, deflagrada em abril deste ano para prender suspeitos de integrar um esquema de milícia no Interior do Estado. Apesar de a investigação da PF não ter qualquer relação com o Caso Beatriz, informações acabaram chegando ao conhecimento dos policiais federais e foram repassadas ao Fórum de Petrolina.

O relatório da PF mencionou que “obtivemos a informação de que Gilmário teria recebido a quantia de R$ 1,5 milhão para falsificar uma das perícias do Caso Beatriz, que comprometia a instituição de ensino em que a mesma foi assassinada. Esse fato foi revelado pela delegada da PC, Poliana Nery, lotada atualmente na Delegacia de Pesqueira“.

Diante desse fato, em despacho publicado na terça-feira (20), a juíza pediu que, em até dez dias, a chefia da PC apresente “informações a respeito da existência de instauração de procedimento disciplinar ou inquisitorial em que se investiga possível recebimento de propina para falsificação de laudo pericial por parte do perito Gilmário dos Anjos“.

A juíza ainda solicitou que a delegada apresente informações sobre o que foi dito no relatório da PF. E que, em caso de existência de procedimento contra o perito criminal, seja enviada a cópia para o juízo. A coluna Segurança entrou em contato com a delegada da PC. Por telefone, ela afirmou não ter conhecimento dessa investigação que aponta um suposto recebimento de propina por parte do perito. Reforçou ainda que deixou o inquérito do Caso Beatriz em março de 2020.

Também procurado, o perito criminal negou as acusações. “Não respondo a nenhum procedimento disciplinar e não estou na condição de indiciado em inquéritos estaduais e federal. Com relação ao despacho expedido pela MM juíza, espero que, ao final do prazo estabelecido, as diligências sejam concluídas e que esse fato seja esclarecido“, disse.

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora foi procurado, mas não se pronunciou sobre o caso.

Em dezembro de 2021, o perito criminal Diego Leonel Costa foi demitido do governo de Pernambuco após investigação da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) comprovar que ele era sócio de uma empresa de segurança que foi contratada pelo colégio onde Beatriz foi morta.

A prestação de serviço privado é vedada aos agentes de segurança pública. Além disso, pesou contra Diego o fato de ele também ter sido um dos peritos responsáveis por laudo sobre o crime, “o que acarretou questionamentos acerca da lisura e imparcialidade das investigações“, pontuou a SDS na época.

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