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Celular de Cid: Exército diz que ‘comentários pessoais não representam a Força’ e fala em tomar ‘medidas cabíveis’

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Exército Brasileiro afirmou nesta sexta-feira, 16, que as conversas entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o coronel Jean Lawand Junior “não representam o pensamento da cadeia de comando” da instituição, tampouco “o posicionamento oficial da Força”. Em nota encaminhada ao site da Jovem Pan, a instituição alega que, como entidade apartidária, o Exército “prima sempre pela legalidade e pelo respeito aos preceitos constitucionais” e reforçou que, na esfera administrativa, as medidas cabíveis já estão sendo adotadas, sem detalhar quais seriam. “Os fatos recentes somente ratificam e comprovam a atitude legalista do Exército de Caxias. Eventuais condutas individuais julgadas irregulares serão tratadas no âmbito judicial, observando o devido processo legal”, diz o comunicado. “Consciente de sua missão constitucional e do compromisso histórico com a sociedade brasileira, o Exército reafirma sua responsabilidade pela fiel observância dos preceitos legais e preservação dos princípios éticos e valores morais”, conclui.

A manifestação do Exército acontece após a divulgação de diálogos, presentes em relatório da Polícia Federal e encontrados no celular de Mauro Cid, que mostram conversa com coronel Jean Lawand Junior, do Estado-Maior do Exército, que incentivava a realização de um golpe de Estado. “Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara”, afirmou Lawand Junior em um áudio de 1º de dezembro de 2022, divulgado pela revista “Veja”. Segundo reportagem da revista, na conversa, Cid respondeu: “Cid respondeu: “Mas o PR [Presidente da República] não pode dar uma ordem… Se ele não confia no ACE”, fazendo referência ao Alto-Comando do Exército. “Então ferrou. Vai ter que ser pelo povo mesmo”, rebateu Lawand. No dia seguinte, o coronel encaminhou nova mensagem ao Cid, também sobre suposto golpe: se o “EB [Exército Brasileiro] receber a ordem, cumpre prontamente. De modo próprio o EB nada vai fazer porque será visto como golpe. Então está nas mãos do PR [presidente]”. A última troca de mensagens aconteceu em 21 de dezembro de 2022, quando Jean Lawand Junior escreveu: “Soube agora que não vai sair nada. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos”. E Cid respondeu: “Infelizmente”.

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