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Lula tenta blindar Camilo Santana em meio a pressão para reforma ministerial

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Foto: reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez claros acenos à manutenção do ministro Camilo Santana (PT-CE) no Ministério da Educação nesta segunda-feira, 12, durante cerimônia no Palácio do Planalto para o lançamento do programa Criança Alfabetizada, com anúncio de R$ 2 bilhões em investimentos na educação infantil nos Estados, municípios e no Distrito Federal. Com o cargo no MEC sendo alvo do Centrão, o mandatário avaliava o cenário atual da educação, citando problemas na qualidade do ensino público, quando mencionou o Ceará, Estado de Camilo, como exemplo a ser seguido. “Camilo vem de um Estado que tem a melhor experiência educacional, se você quiser discutir a Olimpíada da Matemática, o Ceará sempre foi o Estado que esteve na frente. Se quiser discutir a qualidade do ensino, o Ceará sempre esteve à frente. E pasme: 36% dos estudante do ITA são cearenses. Isso demonstra que lá aconteceu alguma coisa que falta acontecer em outros Estados desse país. E, por tanto, não temos vergonha de dizer: que bom, Camilo, que você veio trazer para o governo federal a experiencia mais bem sucedida do ensino fundamental desse país das últimas décadas”, afirmou Lula, deixando claro que não deve ceder a pressões.

Lula também afirmou que Santana terá tem uma responsabilidade “muito grande nas costas”, que é a de recuperar índices educacionais e a própria estrutura do ensino público que já existiu no Brasil. O presidente afirmou que costuma dizer que Fernando Haddad (PT), atual ministro da Fazenda, foi o “melhor ministro da Educação que esse país teve, durante toda história desse país” pelos feitos à frente da pasta. Agora, caberá ao ex-governador do Ceará. “O que estamos fazer é dar um outro passo para fazer com que no ensino fundamental as crianças saiam mais preparadas que hoje. A escola pública tinha dentista, tinha médico, levava criança no laboratório, isso tudo acabou. Ou seja, chegamos ao ponto que muitas crianças na periferia iam para escola por conta da merenda escolar”, ponderou Lula, assegurando que “nenhuma criança brasileira ficará para trás”. “O ambiente escolar será como sempre deveria ter sido: o espaço da harmonia e da aprendizagem. Não deixaremos, nunca, que o discurso de ódio das redes tome conta de onde é construído o futuro”, acrescentou.

Como o site da Jovem Pan antecipou, Lula negocia a troca de ministros para garantir o apoio no Congresso Nacional. Para acomodar aliados, são negociadas as pastas da Educação para o União Brasil; da Agricultura para o MDB; da Saúde para o Progressistas; e até o Partido Liberal deve ser contemplado. Na semana passada, o presidente também fez acenos públicos à ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante cerimônia no Planalto. Em conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Lula já deixou claro que há disposição para aceitar os pedidos encaminhados pelo Centrão, mas sem envolver o cargo de Nísia Trindade. No entanto, a vaga ocupada por Camilo Santana segue em negociação. Também nesta segunda, o perfil do presidente Lula no Twitter publicou uma foto ao lado do ministro da Educação. Na publicação, o chefe do Executivo agradece pelo prêmio Instituto de Matemática Pura e Aplicada, pela criação da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas em 2005, e afirma: “Obrigado pelo reconhecimento. Seguiremos investindo e incentivando nossa educação pública”.

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