Pedido foi feito na investigação sobre tráfico de influência envolvendo advogado filho de Aroldo Cedraz.
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BRASÍLIA — A Polícia Federal pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, e do ministro Raimundo Carreiro, na investigação sobre tráfico de influência no TCU, envolvendo o advogado Tiago Cedraz, filho do presidente da Corte. A informação é da revista “Época”.
Tiago Cedraz é acusado pelo empreiteiro Ricardo Pessôa, da UTC, de ter vendido informações privilegiadas do tribunal presidido pelo pai. Segundo a delação do empresário, o advogado era o intermediário de repasses para o ministro Raimundo Carreiro. Ricardo Pessôa diz que pagou R$ 1 milhão a Cedraz, em parcelas de R$ 50 mil. Thiago nega ligação com a empreiteira.
A revista explica que, a partir da delação de Pessôa, a PF mapeou as relações de Cedraz, realizou buscas e descobriu dezenas de e-mails e ligações consideradas suspeitas, o que levou a Lava-Jato a pedir a quebra dos sigilos do advogado e dos ministros Aroldo Cedraz e Raimundo Carreiro ao Supremo Tribunal Federal.
À revista, o ministro Aroldo Cedraz negou que seja investigado. O ministro Raimundo Carreiro disse que, antecipadamente, já forneceu seu sigilo bancário, fiscal e telefônico. Ele disse ainda que “das investigações tornadas públicas, no que diz respeito a seu gabinete e a sua pessoa, não consta nenhuma ligação telefônica com o referido advogado”.
O advogado de 33 anos, atua em Brasília e teve ascensão meteórica — acumulou clientes, sócios, patrimônio, negócios e prestígio político — desde a chegada do pai ao cargo de ministro, em 2007. Uma fatia importante das causa de seu escritório, o Cedraz Advogados, está atrelada à pauta de processos do TCU.
Em 2013, o advogado comprou por R$ 2,95 milhões um apartamento de 247 metros quadrados na Asa Sul, bairro nobre de Brasília. O imóvel tem varanda, sala de jantar, escritório, três quartos com varandas, um quarto com vestiário e banheiro privativo, quarto com banheiro para empregada, cozinha e área de serviço. O advogado financiou R$ 2,28 milhões em 61 meses — uma prestação de R$ 37,5 mil por mês, sem levar em conta os juros de 8,2% ao ano.
Antes, em 2009, Tiago comprou um lote de 1,3 mil metros quadrados no Lago Sul — também área nobre da capital — por R$ 750 mil, R$ 1,07 milhão em valores atualizados. No lote, ele construiu uma casa de 1,5 mil metros quadrados, avaliada pelo setor imobiliário em pelo menos R$ 3 milhões, que é a sede do Cedraz Advogados.