Na estratégia para tentar consolidar uma base no Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou, apenas nos primeiros dez dias de maio, quase R$ 1,27 bilhão em emendas parlamentares. Além de priorizar a bancada do PT, o petista focou na liberação de verbas para partidos do Centrão, com destaque para o PSD, MDB e União Brasil, que juntos contam com nove ministérios do governo.
O montante foi empenhado pelo Palácio do Planalto como uma forma de acenar aos deputados e senadores depois da série de derrotas que Lula sofreu na Câmara dos Deputados, com o adiamento da votação do PL das Fake News e com a derrubada dos decretos sobre o Marco do Saneamento. As derrotas foram vistas como uma forma de os parlamentares pressionarem o governo pela liberação das verbas.
O empenho é o primeiro estágio da execução da despesa pública. Com ele, o governo formaliza que reservará uma parcela do dinheiro disponível no Orçamento para aquela despesa. Ou seja, funciona como uma garantia por parte do Planalto de que o pagamento será feito.
Com isso, o governo Lula acredita que será possível arregimentar a base de apoio dentro da Câmara e do Senado para aprovar matérias de interesse do Executivo. Nesta semana, por exemplo, o Palácio do Planalto trabalha para tentar avançar com a proposta do novo arcabouço fiscal, apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“É como da água para o vinho, tanto que vocês conseguem dizer exatamente para quem foram liberados os recursos, com transparência. É importante podermos detalhar qual tem sido a ação do governo na liberação desse recurso”, defendeu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.