Seis pessoas foram presas suspeitas de participar de um grupo investigado por associação criminosa, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no Polo de Confecções de Pernambuco. As prisões aconteceram em Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru e São Domingos, distrito da cidade de Brejo da Madre de Deus, no Agreste, nessa quarta-feira (3).
Os detalhes da Operação Maquineiros foram divulgados nesta quinta (4). De acordo com a Polícia Civil, entre os presos estão um contador e empresários. Também foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em empresas envolvidas no esquema e num escritório de contabilidade que participava do esquema.
As investigações começaram em junho de 2021, após uma denúncia da Secretaria da Fazenda. De acordo com o auditor fiscal Antônio Emery, empresas eram criadas para emitir notas fiscais e, quando a Receita Federal ou a Secretaria da Fazenda ia cobrar os impostos, as empresas não existiam naquele endereço.
“Empresas de pequeno e médio porte criadas tão somente para emissão de notas fiscais. Uma das coisas que levantou muito a atenção da nossa central foi o número de notas emitidas. Teve uma empresa que, numa tarde, emitiu em torno de R$ 2 milhões em notas fiscais”, disse à TV Globo.
De acordo com a delegada Gabrielle Nishida, o grupo criou quase 100 empresas laranjas de confecção, de maquinário e da área têxtil para simular operações que nunca aconteceram, ou para desviar dinheiro e não pagar impostos. O esquema envolvia empresas reais de todo o país.
Durante as investigações, a polícia percebeu que havia diversas empresas com características de empreendimentos de fachada, cuja abertura poderia indicar fraudes fiscais.
“Tentamos identificar quem estaria responsável pela operacionalização dessas empresas”, disse Gabrielle Nishida.
Seis pessoas são presas por fraude fiscal no Polo de Confecções de Pernambuco — Foto: Polícia Civil/Divulgação
A próxima fase da Operação Maquineiros está em curso e investiga quem são os beneficiários dessas transações. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 30 milhões, mas, de acordo com a delegada Gabrielle Nashida, pode ser maior.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a movimentação das empresas no período foi de R$ 250 milhões. Os investigados tiveram bloqueio de R$ 30 milhões em bens, valores e ativos.
Os suspeitos foram presos preventivamente e prestaram depoimento. Eles estão à disposição da Justiça. A polícia não divulgou os locais onde os presos estão.