Com a mudança na regra, 13,7 milhões de trabalhadores deixarão de pagar IR; medidas passam a valer a partir de 1º de maio
O governo federal vai ampliar, a partir de 1º de maio, a isenção do Imposto de Renda para os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.640) nos valores reajustados. A confirmação foi anunciada nesta sexta-feira, 28, pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante evento de sanção do projeto de lei de reajuste dos salários dos servidores públicos federais civis, no Palácio do Planalto. Segundo o chefe da pasta, a iniciativa é um “primeiro degrau desse compromisso”, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende anunciar, ao longo do mandato, isenção até R$ 5mil.
Atualmente, a faixa de isenção é de até R$ 1.903,98 – valor em vigor desde 2015 – por mês. A Receita Federal informou que cerca de 40% dos contribuintes, ou seja, 13,7 milhões de pessoas vão deixar de pagar IR a partir de maio. O contribuinte não precisará fazer nada para garantir a isenção. Os próprios sistemas da Receita Federal serão atualizados para permitir a nova função. Com a medida, o governo brasileiro deixará de arrecadar R$ 3,2 bilhões em 2023. Já no próximo ano o valor sobe para R$ 6 bilhões.
Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também confirmou a ampliação do IR a partir do próximo mês. Ele enfatizou que a ação “dará fôlego para as famílias”. “A tabela do IR ficou sete anos sem reajuste. Até o trabalhador que ganhava um salário mínimo e meio já estava pagando IR”, comentou em entrevista a jornalistas, após uma séria de reuniões na capital paulista. “Isso dá um fôlego para as famílias que estão endividadas e com problemas de acesso a crédito e até de consumo”, acrescentou.