Ex-presidente afirmou em depoimento que só tomou conhecimento de presente de príncipe saudita depois de 14 meses
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em depoimento à Polícia Federal, nesta quarta-feira, 5, que só soube do conjunto de joias enviadas pelo governo da Arábia Saudita 14 meses após elas terem chegado ao país. A oitiva teve início às 14h20 e terminou às 16h45. Segundo informações exclusivas obtidas pelo jornalista e diretor de redação da Jovem Pan News em Brasília, Claudio Dantas, o ex-mandatário disse que tentou reaver os itens retidos pela Receita Federal para evitar um “vexame diplomático”. À PF, Bolsonaro também esclareceu que, ao tomar conhecimento da existência das joias, pediu ao seu ajudante de ordens, Mauro Cid, que também depôs nesta quarta, verificasse e esclarecesse os casos.
Bolsonaro também negou a versão de que teria realizado diversas tentativas para obter as joias. Segundo a versão apresentada pelo ex-presidente à Polícia Federal, sua gestão só atuou diretamente no caso para que o Planalto apurasse o episódio de um colar que teria sido enviado pelo governo do príncipe saudita, Mohammad bin Salman, para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Durante o depoimento, segundo apurou o jornalista Claudio Dantas, o nome de Michelle não foi citado nenhuma vez. Pelo Twitter, o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) Fabio Wajngarten, que acompanhou Bolsonaro no depoimento à PF, afirmou que a oitiva “foi uma ótima oportunidade para esclarecimento dos fatos”. “O depoimento do presidente Jair Bolsonaro transcorreu de maneira absolutamente tranquila, tendo respondido a todas as indagações feitas pela PF. Foi uma ótima oportunidade para esclarecimentos dos fatos”, escreveu Wajngarten em seu perfil no Twitter.