O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, de forma unânime, nesta quarta-feira, 22, manter a Selic em 13,75%, maior patamar desde 2016. Essa é a quinta manutenção consecutiva e acontece mesmo após a pressão que tem sido feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por aliados, que cobram cortes na taxa e criticam os efeitos dos juros sobre a atividade econômica. A manutenção da taxa básica de juros já era esperada pelo mercado financeiro, que aguardava sinalizações sobre a política econômica da ata do Copom.
“Desde a reunião anterior do Comitê de Política Monetária (Copom), o ambiente externo se deteriorou. Os episódios envolvendo bancos nos EUA e na Europa elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento. Em paralelo, dados recentes de atividade e inflação globais se mantêm resilientes e a política monetária nas economias centrais segue avançando em trajetória contracionista. Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom. A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus se elevaram desde a reunião anterior do Copom e encontram-se em torno de 6,0% e 4,1%, respectivamente”, aponta o grupo.