Para combater a versão petista de que um golpe tirou do poder a ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, o MDB se prepara para lançar um documentário sobre a história dos 60 anos do partido. A iniciativa faz parte de uma série de ações que buscam, além de fazer defesa de Michel Temar, posicionar a ministra do Planejamento, Simone Tebet, como presidenciável em 2026.
Segundo reportagem publicada no Estadão, o partido também planeja responder nas redes sociais qualquer crítica à gestão Temer. Embora interlocutores do ex-presidente quisessem que o filme fosse centrado na sua gestão, a Fundação Ulysses Guimarães preferiu ampliar o roteiro e incluir o governo José Sarney e a Constituinte.
A fundação também prepara um documento elaborado por economistas sobre as “conquistas” do governo Temer, como a reforma trabalhista e o teto de gastos, e outro com advogados que farão a defesa jurídica do impeachment. “Temos uma história de serviços prestados ao povo e aprovados nas urnas pelo voto direto”, disse ao Estadão o deputado Baleia Rossi, presidente nacional do partido. “Por isso, temos de reforçar e lembrar nossa história sempre, principalmente quando todos são alvo de fake news”.
Em janeiro, durante visita oficial ao Uruguai, Lula chamou Temer de “golpista”. Em resposta, o ex-presidente disse que o petista tenta “reescrever a história por meio de narrativas ideológicas”. O impeachment de Dilma Rousseff, baseado nas “pedaladas fiscais”, seguiu todas as regras previstas na Constituição.
De olho em 2026
Além dos documentários, o MDB encomendou pesquisas para medir o recall eleitoral de Tebet e medir o quanto o eleitorado vincula o nome da ministra à legenda. O partido já pensa nas eleições de 2026. Apesar de estar na base do governo, a ideia é manter distância dos embates entre Lula e PT e o Banco Central. O MDB tem hoje três ministérios (Planejamento, Transportes e Cidades) e possui uma bancada de 42 deputados e dez senadores.