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Transnordestina – Alternativa para o ramal de Suape

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Foto: reprodução

Daniel Torres Araripe
Comentarista Político e Empreendedor Social

O Ramal ferroviário da Transnordestina que faz a ligação entre Curral Novo, no Piauí, e o Porto de Suape, tem 717 quilômetros de extensão. A obra conta com investimentos totais de R$ 7,54 bilhões, com participação de R$ 3,87 bilhões da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Impacto no PIB. A Ferrovia em funcionamento vai gerar R$ 7 bilhões para o Produto Interno Bruto, anualmente, além de 90 mil empregos diretos e indiretos. Passará por 81 municípios do Pernambuco, Piauí e Ceará.

ESTRANHO ADITIVO
Impasse gerado após o governo federal anunciar que a empresa concessionária Transnordestina Logística S.A., (TLSA) pertencente ao Grupo CSN, concluiria apenas o trecho de Eliseu Martins (PI) até o Porto de Pecém, no litoral cearense, 92 quilômetros mais extensos do que o ramal até Suape. Para tirar Suape do caminho dos seus trilhos, a Transnordestina Logística celebrou com a Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT) um aditivo, extinguindo o trecho de 500 quilômetros entre Salgueiro (PE) e o Porto de Suape, no litoral pernambucano. Ficou o trecho de Pernambuco ao deus dará. A decisão da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) sem sombra de dúvida tem apenas interesses particulares. A empresa tem participação acionária de 30% no Centro de Recebimento e Distribuição de Cargas Sólidas e Líquida, inclusive de um terminal de Múltiplo Uso (TMUT) no Porto de Pecém no Ceará. Por isso o foco estratégico da empresa mudou.

VOLUME PARA VIABILIZAR
O Polo Gesseiro, prevê uma movimentação inicial de dois milhões de toneladas por ano, podendo dobrar quando a ferrovia estiver operando a plena capacidade. A uma reserva de minério de ferro já prospectada e requerida em uma vasta área no sudeste do Piauí, no entorno do município de Paulistana, estimada em um bilhão de toneladas, sendo a maior reserva mineral do Estado e uma das maiores do país, com grau de pureza superior a 70%. Com expectativa de movimentação de até 16 milhões de toneladas anuais de granéis líquidos, especialmente minério de ferro.

TITÂNIO EM FLORESTA
E há outro fator interessante que deve ser levado em conta. Em Floresta (PE) há uma jazida estimada de 200 milhões do minério ilmenita de onde se tira o titânio. Na hora que se implanta um ramal ferroviário, umas séries de projetos começarão a sair do papel. As perspectivas favoráveis do mercado acabam promovendo o minério ao posto de carga mais significativa no portfólio da Transnordestina, superando a produção de grãos no cerrado do Piauí e do Maranhão, que cresce ano após ano. Além desses dois produtos, a estrada de ferro irá movimentar frutas, derivados de petróleo, fertilizantes e insumos para abastecer o polo avícola no agreste pernambucano. A Transnordestina será capaz de movimentar até 30 milhões de toneladas por ano.

O PLANO DE DANIEL DANTAS
O novo marco legal das ferrovias, permitiu que o sonho pernambucano de ver os trens da Nova Transnordestina chegarem até o Porto de Suape seja realizado não mais pelo empresário Benjamin Steinbruck, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), mas agora por outro magnata: o banqueiro Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, também dono do grupo mineiro Brasil Exploração Mineral S.A (Bemisa), um dos maiores do País no ramo de exploração e exportação de minérios. A BEMISA possui a área de minério de ferro no Piauí.
O governo anterior de Pernambuco já tinha iniciado tratativas com o grupo Bemisa. Para tanto, aprovou uma PEC estadual que permite novas ferrovias pelo regime de autorização dentro dos limites do Estado. Cabe agora à nova governadora Raquel Lyra avançar neste sentido. A movimentação do grupo empresarial alimenta expectativas de que o trecho pernambucano da Nova Transnordestina, que já está sendo chamada a “Ferrovia do Sertão”, seja implantada. O ponto positivo não resta dúvida, é que este assunto entrou em pauta de debates, tanto por parte do atual governo, como por políticos de várias correntes partidárias.
Fonte: www.opoder.com.br

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