O Projeto Irrigar foi idealizado pela ONG Ação Solidária no Sertão e já perfurou dois poços no Sertão pernambucano.
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Na clássica canção Asa Branca, Luiz Gonzaga diz que, por falta d’água, perdeu o gado e que de sede, morreu o alazão. Em grande parte do Sertão de Pernambuco, distante de tudo, essa realidade, que mais parece ficção ou um simples clichê, já dura cerca de cinco anos e deve continuar ao menos pelo próximo trimestre, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. Além disso, a pouca quantidade de chuva que ocorreu no mês de agosto colaborou para o agravamento da seca no Estado, tornando única alternativa da população esperar ajuda do governo, com os escassos caminhões-pipa, ou de anônimos que, como podem, tentam facilitar a luta por sobrevivência do sertanejo. Tentando mudar esse quadro, voluntários têm feito praticamente um milagre: levar água a até onde não chove há mais de meia década. Isso é possível graças à implantação de poços artesianos, construídos totalmente por meio de doações.
O “Projeto Irrigar” foi idealizado pela ONG Ação Solidária no Sertão, que há quatro anos vem realizando projetos de arrecadação de donativos e melhoria da qualidade de vida de famílias do interior de Pernambuco. Neste ano, já foram perfurados dois poços artesianos. A diferença destes para os poços convencionais é que, por chegar a camadas mais profundas da terra, as águas fluem naturalmente até a superfície. O primeiro deles, no Sítio Baixa 1, foi inaugurado no mês de março e o outro, na Baixa 2, ficou pronto no último dia 17, ambos no município de Manari, no Sertão do Moxotó. Vice-presidente da organização, Lau Gomes explica que todo o processo de arrecadação do dinheiro para as construções foi feito em um tempo consideravelmente curto, com um intervalo de menos de seis meses desde a construção do primeiro equipamento.