A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que também ocupa o cargo de presidente do Senado, foi condenada nesta terça-feira, 6, a seis anos de prisão pelo Tribunal Federal 2 de Buenos Aires, sob acusação de ter sido chefe de uma organização criminosa para desviar dinheiro do Estado quando estava no comando do país, de 2007 a 2015. A decisão também a desqualifica para o exercício de cargos públicos. De acordo com a acusação, foram cometidas fraudes que tiraram US$ 1 bilhão.
“Condenar Cristina Elizabeth Fernández de Kirchner a seis anos de reclusão, inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos, acessórios legais e custas processuais por responder criminalmente pelo delito de administração fraudulenta em detrimento da administração pública”, declarou o juiz Jorge Gorini. Apesar da condenação, ela não vai ser presa porque tem foro privilegiado e ainda pode se candidatar a um terceiro mandato. Kirchner nega as acusações e afirma ser vítima de perseguição política, denuncia que vem sendo sustentada pela vice-presidente desde 2019 quando começaram a ser realizados os julgamentos.
A decisão desta terça é a primeira instância que abre um longo caminho, que pode durar anos, de recursos antes de ser finalizada, o que lhe permitiria concorrer a qualquer cargo nas eleições gerais de 2023. Em suas declarações finais perante o tribunal, Kirchner acusou os juízes de terem “inventado e deturpado” os fatos. “Isto é um pelotão de fuzilamento”, acusou.
Ela também condenou as acusações dizendo que não tem base legal e que “as decisões, sobre investimento público são de competência exclusiva dos órgãos políticos e não há norma legal que estabeleça limites sobre como deve ser feita a sua distribuição”. Além de Cristina, outras 12 pessoas foram julgadas.