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Pernambuco têm dois de cada cinco desempregados em busca por trabalho há pelo menos dois anos

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Foto: reprodução

Paulo Câmara foi um dos governadores que mais mandou fechar comércio e indústria durante a pandemia

Os desempregados residentes dos estados do Rio de Janeiro e Pernambuco são aqueles que levam mais tempo para conquistar uma nova colocação no mercado de trabalho, com mais de dois em cada cinco na busca por um emprego há dois anos ou mais.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os dois estados têm, respectivamente, 44,3% e 40,9% dos desempregados na situação, o equivalente a 491 mil e 246 mil pessoas.

Também aparecem com mais de um terço dos profissionais em busca por uma nova colocação há dois anos ou mais os estados da Bahia (37,8%), do Acre (37,6%), do Amapá (36,3%) e da Paraíba (33,5%).

Em todo o Brasil, a maior parte dos desempregados (44,5%) busca um emprego de um mês a menos de um ano. Para 11,7%, a busca dura de um ano a menos de dois anos e para 27,2% (2,6 milhões), dois anos ou mais. Cerca de 16,6% estavam à procura de uma vaga há menos de um mês.

A busca por uma ocupação entre um mês e um ano é também a predominante na maioria das unidades federativas, com mais de 30% em todas localidades, com destaques para o Rio Grande do Sul (56,3%), Mato Grosso do Sul (56,2%) e Roraima (56,2%).

Carlos Caixeta, economista associado do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), avalia que as maiores taxas de desemprego refletem o alto percentual da população em trabalhos informais e menor percentual de empregados com carteira assinada.

Especificamente sobre o Rio de Janeiro, ele ressalta que o estado responde pela maior taxa de desocupados e desempregados do Sudeste, com grande concentração populacional e ampla presença do trabalho informal.

“Somam-se a isso as dificuldades vindas da pandemia e da guerra da Ucrânia, com aumento de preço dos alimentos, combustíveis, fertilizantes, fretes aéreos e marítimos e o menor dinamismo econômico para estados com tradição no comércio internacional”, afirma Caixeta.

Desalento

Os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) revelam ainda a divisão dos mais de 4,2 milhões de desalentados no Brasil. O grupo, equivalente a 3,8% da população dentro da força de trabalho, representa aqueles que desistiram de buscar uma nova colocação por acharem que não serão contratados.

Entre os estados, o maior percentual de trabalhadores nessa situação vive nos estados de Alagoas (14%), Piauí (13,3%) e Maranhão (13,2%). Na outra ponta da lista está Santa Catarina, com apenas 0,5% da população desalentada.

Já na análise por quantidade de desistentes, as lideranças ficam com Bahia (602 mil), São Paulo (443 mil) e Maranhão (437 mil). Os dois primeiros refletem o tamanho da população dos estados.

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