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‘Rachadinha’ na Câmara de Vereadores de Ipojuca teria movimentado cerca de R$ 8 milhões, diz Polícia Civil

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Foto: reprodução

Um suposto esquema de “rachadinha” liderado por um ex-vereador de Ipojuca teria desviado cerca de R$ 8 milhões entre 2017 e 2020, revelou o delegado Diogo Victor, adjunto da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (1ª DECCOR), em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (10). Pela manhã, a Polícia Civil de Pernambuco deflagrou a Operação Compartilhado para desarticular uma organização criminosa suspeita da prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro na cidade do Litoral Sul do Estado.

“Nós apuramos que se instalou uma organização criminosa no gabinete de um ex-vereador, onde o chefe de gabinete e assessores especiais faziam o recolhimento de grande parte dos salários dos servidores, que ficavam com cerca de 10% dos salários enquanto por volta de 80% a 90% eram repassados para o grupo. Em seguida, eles adquiriam bens como terrenos, carros, casa de praia com esses valores, por isso foi verificada a necessidade de cumprir hoje esses mandados de busca e bloqueio judicial em valores de mais de R$ 8 milhões, que foi o prejuízo efetivamente causado aos cofres públicos”, pontuou o delegado.

Ao todo, a polícia cumpriu, em Ipojuca e Gravatá, 20 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e bloqueio de ativos financeiros, todos expedidos pelo juízo da Vara Criminal da Comarca de Ipojuca. Segundo Diogo Victor, no município do Agreste pernambucano o alvo foi um empresário que teria financiado parte da campanha do ex-parlamentar e foi beneficiado com um cargo fantasma. “Ele recebeu um cargo, mas não precisava trabalhar e com isso recebeu de volta o dinheiro que investiu”, detalhou o delegado.

Assim como o empresário, os demais funcionários envolvidos na “rachadinha” não cumpriam expediente na Câmara Municipal de Ipojuca, apenas recebiam os salários, ficavam com uma pequena quantia e devolviam o restante para o grupo do ex-vereador.

Ainda segundo as investigações, entre 12 e 13 pessoas participavam do esquema, sendo que quatro, o vereador e outras três, seriam os líderes da organização. “Essas quatro pessoas lideravam e faziam o gerenciamento desses valores, a compra de terrenos e outros bens. Em seguida foi verificado que com a perda da eleição o então vereador começou a se desfazer desses bens e reintegrá-los aos seu patrimônio, e com isso se configurou a lavagem de dinheiro”, explicou Diogo Victor.

De acordo com a Polícia Civil, 130 policiais, entre delegados, agentes e escrivães participaram da operação, que foi presidida por Diogo Victor e Viviane Santa Cruz. As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (DINTEL) e pelo Núcleo de Contabilidade Financeira e Lavagem de Dinheiro do DRACCO – NCLD/DRACCO, contando ainda com o apoio do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). (JC Online)

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