Categoria criticou o presidente Jair Bolsonaro por suposto ‘congelamento de salários’ do funcionalismo público
Três representantes de servidores do Poder Judiciário assinaram um manifesto em apoio à candidatura do ex-presidente Lula. Em carta divulgada na segunda-feira 24, a categoria atacou o governo do presidente Jair Bolsonaro por suposto congelamento nos salários dos servidores públicos e elogiou o petista.
“Bolsonaro é responsável pelo congelamento de dois anos dos salários e auxílios dos funcionários públicos”, observaram os signatários do documento. “O governo pretende passar uma reforma administrativa para retirar direitos, facilitar as demissões e ampliar as contratações sem concurso público, fragilizando as relações trabalhistas no setor público e o serviço prestado.”
Assinam a carta a Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud), a Federação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) e a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Ministérios Públicos Estaduais (Fenamp).
“A Fenajud, Fenajufe e a Fenamp, enquanto representantes dos servidores e servidoras do sistema de Justiça Nacional, expressam seu apoio à candidatura de Lula à Presidência da República neste segundo turno”, enfatizam, na nota.
O custo do Judiciário que apoia Lula
Conforme o mais recente relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicado em 2021, a força de trabalho do Judiciário é composta de cerca de 440 mil funcionários. São aproximadamente 20 mil magistrados (4%) e quase 270 mil servidores (62%).
Em números absolutos, R$ 100 bilhões por ano são destinados ao Poder Judiciário brasileiro. A quantia equivale a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ou seja, mais de 1% da soma de todos os bens e os serviços produzidos no país. De acordo com o CNJ, as despesas totais com o Judiciário representam 11% de todos os gastos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios. Só neste ano, a Justiça Eleitoral pode gastar cerca de R$ 10 bilhões. Já o STF tem à disposição aproximadamente R$ 770 milhões, como prevê o Orçamento da União.