Ex-presidente afirmou desconhecer a adversária de Marília Arraes, mas pontuou que Raquel Lyra reúne bolsonaristas no seu palanque
Lula desembarcou em Pernambuco com duas missões: impulsionar seus votos na disputa pela Presidência e amarrar uma aliança não-óbvia entre Marília Arraes (SD) e o PSB para a disputa pelo Governo de Pernambuco. O ex-presidente, em coletiva iniciada na manhã desta sexta-feira (14) na Fetape, economizou nas críticas a Raquel Lyra (PSDB), mas reforçou a associação da ex-prefeita de Caruaru com o bolsonarismo.
O ex-presidente classificou o movimento do PSB, de apoio à candidata, como uma “atitude honesta, coerente e corajosa”. Ele afirma não ser possível esconder as profundas divergências entre Marília Arraes, o prefeito João Campos (PSB) e o senador Humberto Costa (PT), mas citou uma frase de Paulo Freire sobre a união entre divergentes para a luta contra os antagônicos.
“É isso que foi feito aqui. Não conheço a adversária da Marília, não posso falar uma vírgula dela. Mas todas as pessoas ligadas a Bolsonaro foram apoiá-la, não Marília. O PSB tomou a decisão correta, você pode ter tido uma briga, mas a relação é sanguínea. (…) Quem quiser manter o estado governado democraticamente, juntando os setores de esquerda pra uma baita administração… Estou aqui porque preciso que ela ganhe e porque ela precisa que eu ganhe”, disse Lula.
Marília Arraes seguiu o mesmo tom. Disse caminhar junto ao ex-presidente com projetos para combater a fome, erradicar a miséria e distribuir água. A candidata ao Governo de Pernambuco também insistiu no tom de frente ampla democrática, isolando sua rival junto aos bolsonaristas. No Recife, Bolsonaro (PL) silenciou quando foi questionado sobre apoio à ex-prefeita de Caruaru. Bolsonaristas como Miguel Coelho (UB) e outras lideranças, porém, se reúnem em seu palanque.
“Estamos com Lula não porque somos aliados, mas porque representa um projeto de país mais justo, de redução das desigualdades entre pessoas e Pernambuco não é uma ilha, está sofrendo (…) Mas isso tem data pra acabar: em janeiro vamos estar juntos, pra fazer o povo ser parte do orçamento da República”, disse Marília Arraes. (JC Online)