Enquanto o Brasil registrou redução de 15% nas queimadas e incêndios, o resto da América do Sul viu aumento de 19% entre 2021 e 2022
O Brasil apresentou expressiva diminuição no número de queimadas e incêndios em 2022, revela reportagem da Revista Oeste.
De acordo com a publicação, o Brasil segue na contramão do mundo, e registrou diminuição de 15% entre 1º de janeiro e 15 de agosto de 2022 comparado ao mesmo período de 2021, 49,6 mil queimadas contra 59 mil, respectivamente. A tendência é contrária à observada nos demais países da América do Sul, onde houve aumento de 19%.
Se levarmos em conta os últimos dois anos, a redução das queimadas e incêndios no Brasil foi de cerca de 25%.
Segundo Evaristo de Miranda, doutor em ecologia e ex-chefe da Embrapa Territorial ouvido pela revista, o clima, já que houve um grande período de seca em 2021, não foi a única explicação. “Na vizinha Argentina, de janeiro a 15 de agosto de 2022, houve um aumento de 40% nas queimadas”, afirmou.
“Na Venezuela e na Colômbia, as queimadas cresceram 30%. O Equador registrou o recorde da América do Sul: 153%”, completou.
Os críticos
Por outro lado, a Europa, cujos dedos são frequentemente apontados para o Brasil, bateu recordes e as queimadas já consumiram 700 mil hectares de florestas desde 1º de janeiro.
“Na França, os incêndios florestais fora de controle neste verão atingiram o pior patamar em 19 anos. De acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), 60 mil hectares de florestas foram calcinados até o mês passado. Isso representa seis vezes a média anual de florestas incendiadas na França entre 2006 e 2021″, diz a reportagem.