No atual momento do País, nenhum Estado consegue deixar de figurar no Mapa da Fome. O que muda são as características de cada lugar, que pode tornar a insegurança alimentar mais ou menos severa.
O sociólogo e coordenador executivo da Rede Penssan, Renato Carvalheira, explica que o relatório estadual quis apontar que condições particulares das unidades da federação interferem na vulnerabilidade socioeconômica.
“As diferenças entre os estados estão ligadas tanto aos processos históricos de suas dinâmicas populacionais, estruturas socioeconômicas e processos políticos, quanto à aderência das decisões político-administrativas e das agendas de organizações sociais às necessidades de suas populações locais”, destaca.
O que faz a fome em Pernambuco aumentar
Indicadores econômicos e sociais contribuem para que Pernambuco se alinhe ao desempenho do Nordeste e tenha, proporcionalmente, uma situação pior do que no restante do País. O Estado tem uma baixa renda per capita mensal, além de alta taxa de desemprego, informalidade nas alturas e endividamento.
A renda per capita mensal do Estado é de R$ 518 e existe um grande número de pessoas recebendo até meio salário mínimo, o que desenha um quadro de pobreza e extrema pobreza. Em Pernambuco, 15,6% dos trabalhadores recebem até um quatro do salário mínimo, enquanto outros 28,2% ganham entre um quarto e meio salário mínimo.
E a insegurança alimentar é mais severa exatamente nessas faixas de renda, chegando a 62,1% da população com remuneração de até meio salário mínimo e a 25,9% para quem recebe de meio a um salário mínimo. Entre os trabalhadores desempregados e os informais, a barriga também ronca mais forte, alcançando 60,7% dessas pessoas. (JC Online)