Por JC Online
Há 15 anos, os holofotes do Brasil miravam Pernambuco. O Estado tinha se transformado no maior polo de atração de investimentos do País. Empresários nacionais e lá de fora queriam conhecer Suape, um gigante que era, ao mesmo tempo, complexo industrial e portuário.
Na mesma época, empresários e governos gostavam de dizer que o PIB do Nordeste crescia a ‘taxas chinesas’ e muitas indústrias se instalaram na região, de olho no crescimento da classe C. O País estava em busca de gente para trabalhar e se falava em apagão de mão de obra. Em Pernambuco quase se alcançou a situação de pleno emprego.
Tudo isso fez a economia estadual sofrer uma revolução. A matriz industrial passou a contar com uma refinaria de petróleo da Petrobras, dois estaleiros, um complexo petroquímico, uma montadora de veículos, um polo de fabricação de equipamentos para produção de energia eólica e muitas outras indústrias. A atividade industrial também contribuiu para turbinar os setores de serviços e comércio.
Hoje o momento de Pernambuco é outro. Além dos impactos da operação Lava Jato sobre os empreendimentos do Estaleiro Atlântico Sul e da Refinaria Abreu e Lima, o Estado enfrentou a recessão de 2015-2016, a pandemia da covid-19 e a dificuldade de negociar recursos da União com o governo Jair Bolsonaro.
Para além deste cenário adverso, a gestão do governador Paulo Câmara (PSB) foi marcada por uma baixíssima taxa de investimento na economia. Quando se compara o que o Ceará e a Bahia investem, o desempenho de Pernambuco é vergonhoso.
Embora tenha uma Receita Corrente Líquida (RCL) suerior a do Ceará, durante toda a segunda gestão do socialista, o percentual da RCL destinada a investimentos não chega a 5%. A situação só muda neste último ano de mandato, com a tentativa de colocar em prática o Plano Retomada.
Já o Ceará, que faz jus ao título de Estado com maior investimento público do País há 6 anos, realiza aportes na casa de dois dígitos. Comparado com a Bahia, Pernambuco também fica atrás (veja arte). Os baixos investimentos e um histórico de má distribuição de renda, o Estado passou a aparecer como “o pior do Brasil” em vários rankings.