Depoimento ‘será manifestação de presidente que está sendo julgada sem crime de responsabilidade’, diz petista.
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Os senadores começam a se preparar para enfrentar uma maratona de, pelo menos, sete dias para julgar definitivamente a presidente afastada, Dilma Rousseff, em seu processo de impeachment. A fase final começará no dia 25 e ela será ouvida pelos parlamentares e responderá a questionamentos na segunda, dia 29 de agosto.
A previsão dos senadores é de que a votação final aconteça apenas na quarta seguinte (31). Os parlamentares também deverão trabalhar em parte do final de semana.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, esteve no Senado nesta quarta (17), em uma reunião que durou mais de duas horas, para combinar com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os demais senadores o roteiro desta última etapa.
A principal preocupação do ministro era não realizar sessões durante o fim de semana sob o argumento de que, nem o STF e nem o Senado trabalham normalmente nestes dias. Lewandowski não queria que houvesse espaço para posteriores questionamentos da defesa e críticas de que o processo foi “atropelado”.
Senadores aliados ao presidente interino, Michel Temer, no entanto, queriam que as sessões prosseguissem pelo sábado e domingo para agilizar o fim do processo. De acordo com eles, o peemedebista quer ir à China como presidente efetivo, onde participará da reunião de cúpula presidencial do G20, em 4 e 5 de setembro.
Apesar do acordo fechado para que não se marcasse nada para o fim de semana, o ministro acabou tendo que ceder um pouco já que existe a possibilidade de que a oitiva das testemunhas acabe apenas no sábado.
O processo começará na quinta (25), às 9h, com a apresentação das chamadas “questões de ordem”, que são pedidos feitos por senadores sobre o trâmite do processo. Em seguida, os senadores iniciarão a oitiva das duas testemunhas indicadas pela acusação.
Assim que acabar esta parte, os senadores iniciam a oitiva das testemunhas de defesa. O advogado de Dilma, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo indicou seis pessoas, número máximo permitido. De acordo com Lewandowski, ficou acordado entre os parlamentares que eles prosseguirão com a sessão durante o tempo necessário para que todos sejam ouvidos.