Presidente afastada aceitou que nesse momento o termo pode fazê-la perder mais votos.
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A presidente afastada Dilma Rousseff fez nesta quarta-feira, um acordo com senadores aliados para retirar a palavra “golpe” da carta que vai divulgar nos próximos dias, quando se referir ao processo de impeachment. Em reunião com senadores que a apoiaram, um dia após virar ré no processo, Dilma afirmou que, pessoalmente, defendia a inclusão do termo, mas aceitou os argumentos de que chamar parlamentares de golpistas, neste momento, pode fazê-la perder ainda mais votos.
Na Carta aos Senadores e ao Povo Brasileiro, que está sendo reescrita, a presidente afastada também vai demonstrar disposição para atuar pela concertação nacional, apoiando a Operação Lava Jato. O documento terá frases de efeito. Dilma vai dizer, por exemplo, que seu partido é o Brasil e assumirá erros políticos no relacionamento do governo petista com o Congresso.
Embora nos bastidores o impeachment seja considerado irreversível, os aliados da presidente afastada procuram em público demonstrar resistência. O presidente do PT, Rui Falcão, participou do almoço desta quarta com Dilma, senadores e dirigentes de partidos aliados. Falcão manifestou, mais uma vez, sua posição contrária à proposta de convocação de um plebiscito para antecipar as eleições de 2018, sob o argumento de que, na prática, isso é inviável.
Dilma, porém, discordou de Falcão. “Vou manter o plebiscito”, afirmou a petista. “Apesar das posições diferentes, dissemos ali que ela não perderá apoio por causa desse assunto. Isso não vai ser motivo de crise nem com o PT nem com os partidos aliados nem com os movimentos sociais”, comentou o senador Humberto Costa (PT-PE).