Na terça-feira 19, o jornal que lidera o ranking dos maiores do país com minguados 70 mil exemplares estampou a manchete: “Bolsonaro mente sobre urnas a estrangeiros; Fachin pede basta”. No canto da página, em letras microscópicas, o complemento: “Bolsonaristas terão de apagar fake news sobre PT e PCC, decide Moraes”. Nenhuma linha sobre informações relevantes: essas ligações aparecem na delação de Marcos Valério, protagonista do escândalo do mensalão, que foi validada pelo STF e teve alguns trechos divulgados pela revista Veja. Para o jornal, um ministro do STF censurar os que dizem o oposto do que ele considera verdadeiro não tem importância. Muito mais grave para esses critérios jornalísticos é Bolsonaro fazer o que já fizeram todos os atuais candidatos à Presidência.
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Revista Oeste destaca os mais recentes surtos liberticidas de Alexandre de Moraes e a celebração do ódio
“Nada é infalível, só Deus”, afirmou Lula em 2002. “Não sabemos se a urna pode ser manipulada ou não.” Há sete anos, Simone Tebet defendeu a impressão do comprovante do voto. “Será que o meu voto depositado na urna, depois de processado, se concretiza?”, perguntou, numa entrevista. “Então, para que o eleitor tenha tranquilidade, e ele possa saber que a partir de 2016 e 2018 ele vai ter a comprovação.” No ano passado, também Ciro Gomes defendeu a adoção do voto auditável. “Qual o problema em tornar um sistema que já é bom em um sistema melhor?”
O fato é que o homem que comandará as eleições deste ano é o inimigo número 1 do presidente da República. Como afirma J.R. Guzzo no artigo de capa desta edição, o STF se transformou num tribunal que joga a favor de Lula. Num dos seus tantos disparates, por exemplo, Moraes fixou o prazo de 48 horas para que Bolsonaro se manifestasse sobre uma ação impetrada pelos partidos de oposição contra “discursos de ódio”.
Quem, afinal, age movido pelo ódio? Há uma semana, foram divulgadas imagens de um filme que retrata Bolsonaro morrendo em uma motociata. Dois anos atrás, um colunista da Folha publicou um artigo com o título “Por que torço para que Bolsonaro morra”. Em seguida, um vídeo mostrou crianças jogando futebol com uma escultura ultrarrealista da cabeça do presidente. Durante a campanha eleitoral, ele foi vítima de uma facada. Ainda assim, ele e seus eleitores é que são diariamente acusados de homofóbicos, genocidas, racistas e fascistas.
Para não ser acusado de difundir fake news ou de cometer um ato antidemocrático, leia o Guia da Verdade Eleitoral, montado por Guilherme Fiuza. Entre as expressões permitidas, duas merecem destaque: “Lula não sabia” e “Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Luiz Edson Fachin são obcecados pelo equilíbrio entre os Poderes”.
As proibidas você encontra diariamente nas reportagens de Oeste.