Presidente da Casa nega acordo com presidente interino para nomeação de aliado no ministério do Turismo.
Agência O Globo / Foto: Reprodução
BRASÍLIA – Ao final de seguidas reuniões nos últimos dois dias com o presidente interino, Michel Temer, a cúpula do PMDB, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) quer definir que o início do julgamento final da presidente afastada, Dilma Rousseff, começará dia 25 ou 26, e não no dia 29, como anunciado pelo STF no último sábado. Nesta terça-feira, diante da pressão do governo e do PMDB, que querem encerrar o assunto este mês, Renan almoçou com Temer e conversou duas vezes por telefone com Lewandowski.
O presidente do STF disse que não se opõe a antecipar a data do início do julgamento, mas frisou que não gostaria de realizar sessões no fim de semana o que, a seu ver, daria ao caso a dimensão de espetáculo. Assim, o entendimento que deve prevalecer é o de começar o julgamento no plenário dia 25 ou 26 (sem sessões no fim de semana de 27 e 28), com os trabalhados sendo retomados nos dias 29, 30 e 31.
A realização de sessões no fim de semana se tornou um ponto polêmico. Hoje, Renan chegou a dizer que, se preciso, as testemunhas de acusação e defesa, inclusive Dilma, seriam ouvidas até no sábado e no domingo.
— Farei tudo, tudo que for possível, dentro das regras e respeitado o estado de direito, para que a votação termine até o final do mês. Estaremos dando uma resposta à sociedade, que já não aguenta mais que essa questão seja delongada — disse Renan.
Irritado com a posição de Lewandowski, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disparou:
— Lógico que, entre fazer piquenique no final de semana e decidir o futuro do Brasil, os senadores vão preferir trabalhar para recolocar o país nos trilhos o mais rápido possível — disse Jucá.
PETISTA AMEAÇA RETALIAR
Na quinta-feira, Lewandowski se reunirá com líderes no Senado para estabelecer regras de procedimento na sessão de julgamento no plenário. A oposição protestou contra a atuação de Renan e do Planalto para antecipar o julgamento. O senador Lindbergh Faria (PT-RJ) foi ao gabinete de Renan para dizer que não aceita a data do dia 25. Na reunião de amanhã, ele vai propor que a sessão inicial seja no dia 29.