Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o deputado federal do PSDB comentou sobre a gravidade das denúncias; ouça
O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou, na noite desta quarta-feira, 6, que acredita na possibilidade concreta do Partido dos Trabalhadores (PT) participar da eleição deste ano com dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Depois da divulgação de trechos da delação premiada do ex- publicitário Marcos Valério na semana passada, o parlamentar propôs, na segunda-feira, 4, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ligações entre lideranças petistas e o PCC. Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, há pouco, Carlos Sampaio comentou sobre a gravidade das denúncias. “Primeiro que Marcos Valério apontou que teria um movimento R$ 100 milhões ilícitos para o PT. A segunda é que o partido estaria se envolvendo ou se envolveu com o PCC. E o terceiro é que o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, quando foi morto, tinha um dossiê no qual mostrava envolvimento de integrantes do PT com a organização criminosa, recebendo também recursos ilícitos”, explicou.
De acordo com o parlamentar, tem recebido inúmeros questionamentos sobre o motivo de instalar uma CPI em ano eleitoral. “Me perguntam ‘por que apurar no ano da eleição?’. Estamos falando justamente da possibilidade concreta de partidos políticos ou partido político participar desta disputa recebendo dinheiro, de fruto de lavagem de dinheiro, ou seja, recursos ilícitos e podendo até mesmo ser custeados por organizações criminosas. O país quer saber se as pessoas estão sendo eleitas por dinheiro público ou privado lícitos ou por dinheiro fruto de corrupção ou de recebimento de quadrilhas”, ressaltou.
O pedido de abertura da CPI foi protocolado na segunda-feira, 4. Segundo Carlos Sampaio, é necessário 171 assinaturas. No entanto, o deputado disse que o objetivo, no momento, é dar fundamento ao requerimento. “Temos condições de coletar as assinaturas. Estive conversando com líderes e lembrando a importância de instalar essa CPI. Em 2006, ano de eleição, eu era sub-relator de outra CPI, do escândalo das ambulâncias. Na época, solicitamos a cassação de 72 deputados que estavam envolvidos em esquema de corrupção. Lembro que 68 deles não foram reeleitos. Talvez o melhor trabalho que fiz pelo país. Agora, o Brasil também quer uma resposta”, finalizou. Ouça: