Ex-operador do Partido dos Trabalhadores afirmou em delação que a sigla tinha administrava um fundo secreto com R$ 100 milhões e que mantinha relação com o crime organizado
A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 5, um requerimento apresentado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que convoca o empresário e ex-operador do Partido dos Trabalhadores (PT) a prestar esclarecimentos na Casa Legislativa. Ainda não há data para que a audiência seja realizada. Em sua justificativa, Eduardo afirma que a “repercussão e relevância” das informações divulgadas por Valério em sua delação premiada à Polícia Federal – em que o publicitário acusa o PT de operar um fundo clandestino de R$ 100 milhões e de ter uma suposta ligação com o grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) – torna necessária a convocação do ex-petista para que explicações sejam dadas aos parlamentares. O requerente lamentou que a Câmara tenha o poder de convidar, e não de convocar Valério para prestar esclarecimentos, e ressaltou que parte da Casa já trabalha para coletar assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue o caso. “As ligações do PT com o crime organizado não são de hoje. O PT vem tanto batalhar por transparência, então vamos esclarecer isso”, disse.
Entenda o caso
No trecho da delação vazada, Valério acusa a sigla de esquerda de expulsar membros do partido com suposto envolvimento com o crime organizado após Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André assassinado em 2002, preparar um dossiê com informações detalhadas do envolvimento de políticos petistas com o PT. Segundo o depoente, após a morte de Daniel, os documentos sumiram. “Ninguém achou esse dossiê mais. A posteriori, o PT fez uma limpa, tirando um monte de gente, vereador, que era ligado ao crime organizado. Vocês podem olhar direitinho que o PT fez uma limpa, expulsando do partido essas pessoas”, acusou.