Por Magno Martins
O ex-governador Eduardo Campos elevou o PSB em Pernambuco a um patamar de tamanha magnitude que nem Miguel Arraes, apesar de toda história, inclusive a de respeitável mito, conseguiu. Chegou a juntar tudo e todos, inclusive, os mais ferrenhos inimigos. Já reeleito, ao final do seu segundo mandato, escolheu Paulo Câmara Lenta para ele próprio continuar mandando.
Matreiro, identificava a fraqueza e a falta de luz própria do seu pupilo, que é apagado e apático. Eduardo sabia que a grande fera do seu time era Geraldo Julio, que considerava ambicioso, trabalhador e corajoso. Na verdade, quando Eduardo falava dos seus seguidores, só brilhava os olhos para Geraldo. Os demais, consideravam subalternos, sem expressão e, alguns, até traiçoeiros, como era o caso de Danilo Cabral, o Coronel Danulo.
Depois da morte de Eduardo, quem segurou a estrutura de poder do PSB em Pernambuco foi Geraldo Julio. Digo isso com autoridade, pois sempre fui o mais ferrenho crítico dele e até por conta disso sofro diversos processos na Justiça, mais de 30, para ser mais preciso. Mas, com honestidade, não posso negar que foi ele quem segurou toda a barra para a reeleição de Câmara Lenta e a eleição do atual aprendiz de prefeito.
Geraldo era a força que segurava todas as barras, inclusive, as partes de articulação política, captação de finanças (até correndo imensos riscos pessoais) e montagem das estruturas de campanha. Depois que Geraldo saiu de cena, começou o colapso dessa que é uma das fases mais decadentes de Pernambuco, desgovernado por uma pessoa desprezível politicamente.
E o que Pernambuco assiste? A escolha de um candidato sem qualquer carisma, apoiado por um governo rejeitado por mais de 60% da população, sem capacidade para articular, aliados históricos revoltados, uma divisão fratricida dos grupos internos e externos. Enfim, a saída de Geraldo do comando acelerou o colapso desse grupo que entrou na linha da delinquência política e jogou Pernambuco para ser o Estado mais desigual e com mais miseráveis do Brasil.
O que parece um fim trágico do PSB não se dá apenas na esfera pernambucana. Carlos Siqueira, presidente nacional da legenda, é um morto vivo. Vive a bajular o PT e a agradar o ex-presidente Lula. Por falta de um líder em seu comando, o PSB foi um dos partidos que mais perdeu deputados federais no troca-troca encerrado no último dia 2. Sua bancada na Câmara Federal saiu de 30 para 22 integrantes, com saldo negativo de oito parlamentares.