Policiais civis realizaram, ontem, uma passeata pelas ruas centrais do Recife. Antes da manifestação, integrantes do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Simpol) informaram que não aceitaram a proposta de aumento salarial apresentada pelo governo do estado.
Em campanha salarial e por “valorização profissional”, os representantes da categoria seguiram até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, no bairro de Santo Antônio.
A reunião para tentar um acordo ocorreu nesta segunda, na sede da Secretaria de Defesa Social (SDS), também no Centro. A assessoria de comunicação do Sinpol disse que os profissionais “rejeitaram por unanimidade” a proposta de 20% de reajuste salarial.
Entre as reivindicações da categoria estão também a valorização funcional do policial em início de carreira e a melhoria nas condições de trabalho nas delegacias e institutos de todo o estado.
Em estado de greve desde o dia 29 de dezembro de 2021, a categoria realizou protestos desde o início de janeiro. No dia 26, houve uma caminhada pelas ruas do Recife.
Na praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, foram colocadas cruzes para simbolizar as vítimas de assassinatos por todo o estado. Esse tipo de ato também ocorreu em Caruaru, no Agreste, e em Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Litoral Sul, e Petrolina, no Sertão.
Em 2021, foram mais de 3 mil pessoas assassinadas em Pernambuco. Além disso, o sindicato aponta que 130 policiais civis morreram de Covid, no ano passado.
Governo
Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou que realizou uma reunião com o presidente e diretores do Sinpol para apresentar a proposta de 20% de reajuste salarial para todas as categorias profissionais representadas pela entidade. Ainda segundo a SDS, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) é de que movimentos na segurança pública são ilegais.
“Nesse sentido, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou a cobrança de multa de R$ 300 mil ao Sinpol por dia, em caso de paralisação de qualquer natureza. O Sinpol foi devidamente notificado dessa decisão na semana passada”, afirmou.
Por fim, a SDS disse que “a disposição para o diálogo será mantida, na busca de soluções que não penalizem a população e garantam a valorização profissional”.