Por Jovem Pan
O secretário especial do Ministério da Economia, Carlos da Costa, apesar das projeções de recessão, acredita que 2022 será um ano de crescimento da economia brasileira e de retomada dos empregos. Em entrevista ao Jornal da Manhã, Costa afirmou que o mercado financeiro precisa entender que a política econômica implantada pelo governo Bolsonaro é diferente da que instaurada nos últimos 40 anos. “O mercado financeiro é viciado no passado. Eles sempre usam o passado como fonte de projeção para o que vai acontecer no futuro. Os modelos e as fontes de crescimento são identificadas com base no que aconteceu nos últimos 40 anos. E, nesse período de estagnação, de estado monstruoso, de um Banco Central que exagerava nas taxas de juros, o que se fazia para que o Brasil crescesse? Abaixava a taxa de juros, aumentava o crédito público e injetava dinheiro do governo na economia”, explicou o secretário especial.
“Quando o mercado financeiro olha para o ano que vem, ele pensa que os juros devem ficar um pouco altos, porque a inflação vai continuar alta. Mas o governo, como vocês sabem, apesar de todas as pressões, está trabalhando dia e noite para manter o equilíbrio fiscal. Logo, o PIB deve ficar estável”, analisou. “Eles não entenderam ainda que nós estamos em um novo Brasil. Um novo Brasil que segue a dinâmica que outros países já vem seguindo há 40 anos, que é: as empresas crescem, encontram novas oportunidades e o PIB cresce”, apontou Costa, que acrescenta: “Não será um ano de crescimento explosivo, até por causa dos problemas internacionais, mas, ainda sim, será um ano de crescimento e retomada do emprego.”
Para o secretário, o foco em 2022 deve ser reformas que visam melhorar o ambiente de negócios. “O que nós precisamos fazer é continuar no mesmo rumo: melhorando o ambiente de negócios com reformas, abrindo o mercado para competição e apoiando as nossas startups com investimentos privados em infraestrutura”, elencou Costa, que frisa que o crescimento a longo prazo que as maiores economias do mundo tiveram durante os 40 anos em que o Brasil ficou estagnado é fruto da produtividade e do investimento na infraestrutura do setor privado. O secretário ressaltou, mais uma vez, que a inflação é uma realidade mundial, que deve impactar a economia brasileira apesar dos avanços no pós-pandemia.
“O mundo inteiro tem um problema de inflação. A inflação no Brasil, inclusive, foi menor do que a média internacional. Agora, o presidente do Banco Central, com toda a sua prudência, deu um alerta: nós não podemos descuidar do lado fiscal. É isso que nós estamos fazendo. A previsão dos nossos colegas do Tesouro Nacional é de que o nosso déficit ficará em apenas 1% esse ano. O déficit nas contas públicas continuará porque a pandemia ainda não acabou 100%, ainda precisamos socorrer a população”, finalizou.