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O turismo ecológico na Chapada do Araripe

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Foto: Jonas Santos

Por Magno Martins

Na ida para Ipubi, saindo de Araripina, fiz o percurso por Serrolândia e quando passei pelo distrito de Serra Branca, debaixo da Chapada do Araripe, fiquei encantado com o belo cenário. Nayla, que é matuta como eu, nascida em Sertânia, também ficou deslumbrada.

Não poderia ser diferente. A Chapada do Araripe é um sítio paleontológico localizado na divisa dos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, no Brasil. Abriga uma floresta, com área de proteção ambiental  e geoparque. Uma equipe do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro já pesquisou o sítio paleontológico e descobriu diversas espécies de dinossauros, tais como Santanaraptor placidusAngaturama limaiIrritator e Mirischia asymmetrica.

Já a bacia sedimentar se caracteriza por formar aquíferos, existindo várias fontes de água espalhadas por toda a área da chapada. A fauna local é composta por diversas espécies de répteis, insetos e mamíferos. Já foram catalogadas 290 espécies de aves presentes no livro. Destaca-se o Soldadinho do Araripe, ave que corre risco de extinção e que é encontrada somente na região da floresta do Araripe.

A vegetação predominante é de cerradão. Existem faixas de transição que apresentam traços de mata atlântica, cerrado e caatinga. O turismo ecológico é explorado em trilhas como Pontal da Cruz, Picoto, Belmonte, Serrano e Santo Sepulcro, além dos mirantes, nascentes, rios, cachoeiras e a exuberante fauna e flora dos parques municipais, estaduais e da Floresta Nacional do Araripe.

Para circular pela Chapada do Araripe, o ideal é alugar um carro, para maior comodidade. Assim você poderá curtir o passeio com maior liberdade. Comece seu roteiro pelo Geossítio da Colina do Horto. Fica a 3 km de Juazeiro do Norte, e oferece uma experiência religiosa com uma belíssima vista natural. Você conhecerá a estátua de 27 metros do Padre Cícero, construída em 1969, a Igreja do Senhor Bom Jesus do Horto, o Museu Vivo do Padre Cícero, e a trilha de acesso ao Santo Sepulcro, o túmulo de um dos beatos do homenageado. O acesso à estátua funciona diariamente, das 4h às 21h, e do museu das 8h às 18h.

Depois, visite o Geossítio Pontal da Santa Cruz, 4 km de Santana do Cariri. Sua plataforma de observação tem uma vista de tirar o fôlego, que funciona de terça-feira a domingo, de 11h às 17h. O local ainda conta com uma capela construída no século XX, e um restaurante no topo da chapada. O local também funciona em feriados de segundas-feiras e em eventos sazonais.

Passe também pela Cachoeira de Missão Velha. Seus 12 metros de queda  fica a 3 km da cidade homônima, e já foi moradia de povos indígenas no período pré-histórico. Você encontrará diversas ruínas de construções daquele período durante a sua visita. O local também é um marco para a história da região, já que era um dos únicos pontos de água constante durante todo o ano do estado.

Há, também, o Geossítio Riacho do Meio, a 7 km da cidade de Barbalha, e possui trilhas ecológicas em meio a uma área de preservação de fauna e flora da região. Além das bicas d’água, você também encontrará a Pedra do Morcego, um antigo refúgio de cangaceiros que se denominavam como Bando dos Marcelinos. Aproveite o passeio para se conectar com a natureza e registrar cada cantinho verde que te inspirar.

Por fim, o Geossítio Ponte de Pedra. Com uma formação rochosa em formato de ponte, este geossítio já facilitou muito o deslocamento dos antigos povos que viviam naquela região. Nas proximidades você ainda encontra vestígios arqueológicos pré-históricos, como material lítico, cerâmicas e pinturas rupestres. Para encontrar esta atração, basta se deslocar a 9 km de Nova Olinda, precisamente no Sítio Olho D’água de Santa Bárbara, entre as rodovias CE-292 e CE- 494.

Todas as atrações da Chapada do Araripe podem ser visitadas em um caprichado final de semana. Aproveite cada segundo e não esqueça de registrar todos os ângulos possíveis. Muitas cidades ocupam áreas da chapada, provocando forte impacto no ambiente. Parte considerável da mata original foi desmatada ou destruída por queimadas. O forte potencial econômico da chapada é bastante explorado, entretanto, por indústrias que, muitas vezes, não tomam o cuidado de zelar pelo desenvolvimento sustentável.

As principais riquezas exploradas são as minas de gesso e calcário, além do extrativismo vegetal, que explora principalmente piqui, carnaúba, mandioca e frutas. O destaque fica para a mandioca, extraída para produção de farinha. Araripina é conhecida como terra da melhor farinha do Nordeste.

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