Por Carlos Britto / Coluna da Folha
O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), dormiu na noite de ontem (7) com um dilema ou uma situação para resolver no seu xadrez eleitoral. Se havia ainda uma incerteza pairando sobre ou assumir ou não um palanque de Bolsonaro, um elemento poderoso pode ajudá-lo na decisão.
O evento do 7 de setembro em apoio ao presidente, na principal cidade do Sertão, foi gigante. Nem os próprios organizadores esperavam uma adesão tão participativa. Foram milhares de veículos em uma carreata jamais vista na cidade.
E não só em Petrolina. A carreata se estendeu até Juazeiro, cidade baiana que fica ao lado e é ligada por uma ponte de 800 metros.
Milhares de famílias foram aos eventos em seus carros, com bandeiras e com o hino nacional entoado o tempo inteiro.
Se Miguel já foi cobrado pela falta no evento do presidente em Pernambuco, certamente o tamanho do evento, em Petrolina, vai lhe exigir reflexões, já que testemunhou o sentimento dos seus munícipes e viu a força de Bolsonaro em seu próprio munícipio. É fato que Miguel Coelho olha pro lado e enxerga a força do nome do ex-presidente Lula em Pernambuco, mas sabe que um palanque com o atual presidente traz dissabores, mas também pode trazer aliados importantes e uma maior estrutura para sua campanha eleitoral.
Ainda há tempo para a tomada de decisão. A menos que outros aliados de Bolsonaro ocupem este lugar. E aí será tarde demais. Ou não.